Florianópolis tem oficina gratuita de compostagem no Jardim Botânico

Semana da Compostagem está na programação do evento | Foto PMF/Divulgação

Por: Ewaldo Willerding Neto

21/01/2019 - 10:01 - Atualizada em: 21/01/2019 - 10:19

A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Comcap, oferece mais uma oficina de compostagem domiciliar para valorização dos resíduos orgânicos no sábado que vem, 26 de janeiro, no Jardim Botânico de Florianópolis. As inscrições são gratuitas e no local.

A ação, informa o presidente da Comcap, Márcio Luiz Alves, faz parte do Programa Municipal de Agricultura Urbana em direção à meta de tornar Florianópolis a primeira capital lixo zero do Brasil.

Pela caracterização dos resíduos sólidos domiciliares coletados em Florianópolis:

  • 35% são orgânicos (24% restos de alimentos e 11% resíduos verdes como podas, restos de jardinagem e folhas varridas na limpeza pública)
  • 43% são recicláveis secos (embalagens de plástico, papel, metal e vidro)
  • 22% são rejeitos (lixo sanitário e outros materiais que não podem ser recuperados).

Mudar o destino do lixo

Das 193 mil toneladas recolhidas por ano pela coleta convencional da Comcap, em torno de 70 mil toneladas são resíduos orgânicos que, separados na fonte geradora, poderiam ser desviadas do aterro sanitário. Seria como deixar de mandar 27 caminhões de lixo por dia para de Florianópolis para o aterro em Biguaçu.

Praticamente 70% da composição da matéria orgânica é água. “Estamos gastando muito para enterrar água no município vizinho, precisamos estabelecer o ciclo da sustentabilidade, melhorando nossas práticas com o lixo”, aponta Márcio Alves.

Ao custo de R$ 156,81 para transportar e aterrar cada tonelada desse resíduo, se o usuário do sistema de coleta adotasse as práticas de separar e reciclar o orgânico, a economia para o município poderia ser de até R$ 11 milhões ao ano, sem contar ganhos ambientais e sociais.

Quase mil composteiros capacitados

De acordo com a gerente da Divisão de Gestão Ambiental da Comcap, Daiana Bastezini, nos dois últimos anos, quase mil pessoas foram capacitadas em Florianópolis para realizar compostagem em seus domicílios, colaborando com a reciclagem e melhorando o desempenho da cidade no desvio de resíduos do aterro sanitário.

Em 2018, foram 42 oficinas do Minhoca na Cabeça com 457 participantes e sete oficinas de compostagem com 118 participantes. Em 2017, 12 oficinas com 337 participantes.

Projeto com recursos federais

A engenheira sanitarista Karina da Silva de Souza, gerente do Departamento de Planejamento, Gestão e Projetos da Comcap, relata que hoje Florianópolis já conta com milhares de iniciativas domiciliares de recuperação dos orgânicos na fonte, com minhocários ou outros métodos, e cerca de 20 pátios de compostagem e pontos de entrega de orgânicos institucionais e privados.

Este ano, em projeto com a parceria do Fundo Nacional de Meio Ambiente, serão investidos R$ 987 mil em recursos do Fundo Socioambiental da Caixa, com contrapartida de 1% da Prefeitura de Florianópolis.

Ações previstas no projeto:

  • Implantação de coleta seletiva de orgânicos ponto a ponto. Serão instalados pontos de entrega voluntária de orgânicos em centros de saúde, escolas da rede municipal e outros pontos estratégicos.
  • Aquisição de equipamentos (bombonas, balanças), ferramentas e materiais de construção civil para implantação dos pátios e de três veículos, dois utilitários e um automóvel, para a coleta dos resíduos, supervisão técnica e educação ambiental.*
  • Ampliação e melhoria dos dois pátios de compostagem operados pela Comcap e Floram, no Centro de Valorização de Resíduos (CVR), Itacorubi, e Parque do Córrego Grande.
  • Implantação de novo pátio de compostagem no Ecoponto da Comcap no Morro das Pedras e ampliação do pátio na Base Operacional Norte.
  • Implantação de dois novos pátios pela Floram.
  • Fortalecimento das duas iniciativas de compostagem comunitária já existentes Revolução dos Baldinhos e Horta Pedagógica do Pacuca.
  • Implantação de cinco novos pátios com gestão comunitária.

 

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Ewaldo Willerding Neto

Jornalista formado pela UFSC com 30 anos de atuação.