A constante queda na arrecadação e o déficit atual de R$ 34 milhões no orçamento do município trazem à tona um dos maiores desafios da próxima administração: a busca por equilíbrio nas contas públicas. No ano passado, Jaraguá do Sul registrou uma queda de R$ 47 milhões na arrecadação. Este ano, no primeiro semestre, a arrecadação própria ficou R$ 12 milhões abaixo do orçamento projetado. Diante deste cenário, fica a questão: como aumentar a capacidade de investimentos e reduzir os custos? Os candidatos apresentam suas propostas.
Antídio Lunelli (PMDB)
vice Udo Wagner (PP)
Antídio Lunelli vê como fundamental a criação de um ambiente econômico mais positivo, no que diz respeito ao ânimo dos empreendedores. Para isso, sugere medidas associativas e de desburocratização, como a união de órgãos de licenciamento, o fortalecimento da Junta Comercial e a criação de agendas periódicas para o debate de soluções junto às entidades locais. Ele destaca ainda a utilização da agência Investe/SC como uma ferramenta de atração de investidores. Lunelli também pretende direcionar o olhar para as micro e pequenas empresas. Entre as mudanças essenciais, está a implantação da certidão negativa municipal e da nota fiscal eletrônica. Ao mesmo tempo, o candidato afirma que é preciso ter mais eficiência nos serviços e contas públicas, investindo em tecnologia que possa dar subsídios para a tomada de decisão. Outra ação citada por Lunelli é o estímulo ao envolvimento ativo dos servidores na gestão do município. Sobre os custos com pessoal, considera crucial evitar que a folha cresça, mas diz que é preciso avaliar a questão com cautela, tendo total conhecimento das demandas.
Ivo Konell (PSB)
vice Junqueira Junior (PSDC)
Segundo Ivo Konell, a primeira meta do partido é a recuperação do índice de investimentos do município. Neste contexto, o candidato propõe aumentar a capacidade de investimentos em pelo menos 10%, sugerindo o corte de 50% dos cargos de confiança da prefeitura e a eliminação ou compactação de secretarias. Com isso, o objetivo é reduzir as contas em pelo menos R$ 1 milhão ao mês, indica Konell. Em termos de pessoal, o candidato aponta como fundamental o aproveitamento máximo de servidores em cargos comissionados. Quanto aos servidores públicos, Konell defende não a redução, mas sim a valorização e satisfação dos profissionais, que, desta forma, tendem a auxiliar mais fortemente na administração do município. Outra proposta é a criação da Secretaria da Indústria e do Comércio, já utilizada em mandatos anteriores, que será comandada por um empresário indicado pela associação empresarial. Segundo Konell, a intenção é aproximar o poder público e o privado, promovendo a troca direta de ideias e soluções.
Jair Pedri (PSD)
vice Marcia Alberton (PSDB)
Para Jair Pedri, o equilíbrio financeiro passa pela redução no número de secretarias e cargos comissionados, com o redirecionamento de recursos para demandas da saúde, educação e infraestrutura. Em termos de arrecadação, Pedri pretende acelerar a liberação de processos e alvarás e simplificar procedimentos, concedendo mais celeridade na instalação e atração de investimentos. Outra meta é coordenar ações entre lideranças políticas com o objetivo de ampliar a captação de recursos. Para o candidato, o segredo está em dar uma base real para o orçamento. A começar pela folha de pagamento, com a revisão da remuneração dos cargos comissionados e restrição de contratações. Ele aponta ainda a desburocratização, a capacitação e a meritocracia como ferramentas para estimular a eficiência dos servidores. Entre outras ações, Pedri sugere a renegociação de contratos públicos para readequação de preços e cita a ampliação da carteira de fornecedores, conferindo maior competitividade na aquisição de produtos e serviços. A meta é uma redução de gastos de no mínimo de 10%.
Luiz Ortiz Primo (PT)
vice Mario Viana (PT)
Para Luiz Ortiz, o primeiro passo será a recuperação da credibilidade administrativa, por meio de medidas de ajuste fiscal. O candidato pretende elevar para 70% o percentual de cargos comissionados ocupados por servidores efetivos, já que hoje 116 cargos são culpados por profissionais de fora. Com a medida, ele estima redução de R$ 10,9 milhões ao ano. Outra ação é a implantação do Orçamento Base-zero, instrumento que possibilitará a avaliação anual dos gastos, eliminando custos desnecessários ou ineficientes. Em termos econômicos, Ortiz destaca duas frentes: o estímulo aos avanços dos empreendimentos locais e a criação de um pólo turístico. Neste sentido, propõe a criação da Diretoria de Enfrentamento à Crise e da Secretaria de Relações Internacionais, com foco na manutenção do emprego e na busca por investimentos. Ortiz destaca ainda a adoção do “Portal Jaraguá Trabalha”, uma ferramenta com indicadores de atuação, informações sobre projetos e verbas das secretarias, assim como a criação de um fundo de investimento público-privado para atrair investimentos em diversos setores.