Um drible nas dificuldades financeiras, a aposta no incentivo de empresas da região, o abuso da criatividade, talentos regionais e o desejo de que será mais uma edição de sucesso. Apesar das incertezas financeiras, o coordenador geral da Feira do Livro de Jaraguá do Sul, o escritor João Chiodini, garante que “não existe risco de o evento não acontecer”. A feira está marcada para ocorrer entre os dias 11 e 21 de agosto. Ainda não há nomes revelados, mas a presença de um escritor internacional, um de infanto-juvenil e um voltado para o público adulto, além de contações de histórias, farão parte da programação. No ano em que a Feira do Livro completa uma década, Chiodini, cronista do OCP e autor de ‘Os abraços perdidos’, assume a função de coordenador geral do evento, antes ocupada por Carlos Henrique Schroeder. Ele revela que alguns planos acabaram frustrados em função do cenário nacional. “Gostaríamos que tivesse um peso por ser a décima edição. Surgiram muitas ideias, a vontade era muito grande de fazer um negócio diferente e que marcasse a data”, explica. Mas a crise financeira que afeta segmentos de todas as áreas no país, também respinga na feira - que depende de recursos doados através da Lei Rouanet para sua realização. O escritor e coordenador da feira afirma que a organização segue em busca da captação de recursos para moldar a próxima edição confirmando as atrações durante os 11 dias de evento e, quem sabe até, batendo o recorde de público. Quais as maiores dificuldades encontradas para a elaboração da décima edição? Toda a incerteza do mercado. Está tudo muito incerto, muito suspenso em todas as áreas desde a comercialização de livros, a segurança do parceiro e patrocinador, até a contratação de atrações. Estamos pisando em ovos constantemente. Estamos bem ponderados e resolvendo tudo com calma para fazer da melhor maneira possível. Os patrocinadores e apoiadores já confirmaram participação nesse ano e há um valor estimado do orçamento? Estamos com todos a confirmar, alguns já sinalizaram de maneira positiva. Nos próximos dias, acredito que tenhamos outras confirmações. Por essa indefinição, ainda não temos como dizer qual será o orçamento deste ano da feira. As atrações já estão confirmadas? Como temos um tempo, ainda estamos tratando tudo com calma. Temos três grandes atrações em negociação bem avançada: uma internacional, uma infanto-juvenil e uma de adulto. Porém, como dependemos da confirmação dos apoiadores, não temos contratos fechados e não há nomes a divulgar nesse momento. No ano passado a feira recebeu 63 mil visitantes, qual a expectativa para este ano? A meta é bater os 600 mil visitantes, somando todas as edições. Na casa dos 65 mil visitantes por feira é a nossa capacidade de atender bem, é o que a cidade comporta e o esperado para o evento. Sabemos que tem que ter outra coisa para aumentar esse público. Por isso, estamos conversando com as Secretarias de Educação e escolas da microrregião para que eles também tragam mais alunos. Dessa forma, conseguimos trazer um pouco mais da microrregião, fazer com que outras cidades olhem para a nossa feira e venham com mais frequência, gerando um público em torno de seis a dez mil visitantes escolares. Qual o número de expositores e a expectativa de livros que serão comercializados? Como temos ainda um prazo grande, porque feira é em agosto, a questão dos expositores está mais elástica. No início de maio devemos fechar os contatos de expositores por isso ainda não sabemos quantos serão e nem a expectativa de comercialização. No ano passado, foram comercializados 54 mil livros nos 40 estandes ocupados por 20 livrarias. Por ser a décima edição, acredita que tenha um peso especial? Faremos uma feira bem feita, com atrações para todos os públicos, com qualidade e mantendo a filosofia da Feira do Livro. Contações de história todos os dias, receber crianças todos os dias, outras atrações diferentes, como tem sido. Em um momento como esse temos que usar a criatividade, aproveitar as peças boas e companhias do Estado e fazer uma boa feira. Como observa o mercado literário para os escritores locais e a importância deles na feira? As vendas para ele ocorrem de maneira diferente. O que manda mais é a rede de relacionamento dele do que o próprio mercado. Estar presente da feira, por exemplo, é uma oportunidade de mostrar ao leitor o seu trabalho. Neste ano antecipamos a inscrição para autores que querem lançar livro durante a feira, porque desta forma conseguimos encaixar os horários, e colocar todos eles na programação oficial.