Evento da Fiesc reúne mais de 300 profissionais da educação
Geral
terça-feira, 04:00 - 19/04/2016

Mais de 300 pessoas – entre profissionais da educação e representantes do poder público de toda a microrregião – estiveram presentes no seminário “Diálogos sobre gestão da educação”, promovido pela Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina) na manhã de ontem (18), no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul. O evento faz parte do calendário de ações do Movimento Santa Catarina pela Educação e teve como objetivo analisar e debater a importância da gestão no processo de melhoria da qualidade do ensino no Estado.
Conforme análise do presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, Santa Catarina é hoje um estado nacionalmente conhecido por seus avanços na educação, mas ainda tem muito a avançar em aspectos como valorização e capacitação dos profissionais do setor. “Santa Catarina alcançou um estado de universalização de matrículas e não temos mais pessoas fora da sala de aula. Entretanto, temos que atacar a questão da qualidade. Precisamos formar os profissionais e afastar a política da influência na escolha dos gestores”, afirma.
Para ilustrar a importância do preparo dos gestores educacionais, Glauco cita como exemplo uma empresa que opta por colocar um bom profissional num posto de gestão sem capacitá-lo para a função. Segundo ele, a tendência é que este funcionário se torne um gestor mediano ou ruim, o que resulta na “perda” de um bom profissional e ao mesmo tempo que impulsiona uma queda de eficiência na equipe. “Cada função exige uma qualificação diferente, temos que ter gestores efetivamente preparados para este trabalho”, destaca.
Educar é uma tarefa de toda a sociedade, diz palestrante
Principal palestrante do seminário, o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, avaliou a parceria entre o poder público e o poder privado como um passo primordial ao desenvolvimento educacional e ressaltou a importância do envolvimento da sociedade no ambiente escolar. “A oferta de educação não é somente um dever do Estado, é também um dever da sociedade, da família, de todos. Todos os países que estão hoje no topo da educação mundial têm forte participação social nas escolas, no sentido de contribuir no processo de aprendizagem através de elementos que vão além da sala de aula”, diz.
Conforme Ramos, pesquisas comprovam que o envolvimento familiar na educação formal tornam os estudantes mais motivados, esforçados e orgulhosos do trabalho realizado. “Só há mudança com envolvimento”, destaca. Entre as ações que buscam ampliar este envolvimento, os palestrantes citaram o Dia da Família na Escola, promovido no último sábado, que envolveu mais de um milhão de pessoas no Estado.
Educação é a base para uma economia forte
Durante o evento, Glauco também apontou a educação como um dos setores mais importantes para estimular o desenvolvimento social e econômico de um País ou Estado. “Apesar dos avanços, ainda temos uma baixa produtividade dentro das empresas catarinenses. Precisamos melhorar e isso passa pelo aumento no nível de escolaridade. Um trabalhador capacitado é mais motivado e mais competitivo”, avalia. Segundo Glauco, estudos apontam que são necessários cinco trabalhadores brasileiros para produzir o mesmo que um trabalhador americano. “Isso mostra que temos muito a avançar”, diz.
O presidente da Fiesc destacou ainda o grande desafio de capacitar jovens para um mercado de trabalho em constante mudança. “No último Fórum Econômico Mundial, realizado em janeiro, estimou-se que cerca de 35% dos empregos atuais não existiam há dez anos. Essa é a velocidade da transformação que está ocorrendo. E 65% das crianças que estão na escola hoje vão ocupar empregos que ainda não existem. Daí o grande desafio: como é que estamos preparando as nossas crianças para este novo mundo do trabalho? Um mundo que nem conhecemos”, alerta. “Muitos ficarão de fora. Estima-se que sete milhões de empregos serão cortados nos próximos anos, destes apenas dois milhões serão recriados”, complementa.
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