Estudo encontra resíduos de agrotóxico em água fornecida em Schroeder e Massaranduba

13 cidades apresentaram mais de um princípio ativo proibido na Europa | Foto Eduardo Montecino

Por: Gustavo Luzzani

26/03/2019 - 09:03

A pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), foi realizado um levantamento da presença de agrotóxicos na água de abastecimento público de 90 municípios de Santa Catarina. A substância química foi identificada na água de 22 cidades, entre elas Schroeder e Massaranduba.

Ao todo, foram analisados 204 substâncias diferentes. As operadoras do sistema de água pesquisam somente 27 substâncias, conforme o parâmetro indicado pelo Ministério da Saúde.

Em Schroeder, foram encontradas duas substâncias, atrazina e metolacloro. Ambas são herbicidas, ou seja, são componentes químicos utilizados na agricultura. Já em Massaranduba, a substância é o propiconazol, que é fungicida – utilizado para combater os fungos.

Os três tipos de agrotóxicos são proibidos de serem comercializados na União Europeia por causar danos à saúde humana.

Avaliação diária em Massaranduba

O gerente operacional da Águas de Massaranduba, Diego Borges, afirma que o controle de vigilância da qualidade da água, do Ministério de Saúde, não aponta o agrotóxico. “A empresa realiza avaliação diária de água que é captada e distribuída”, ressalta.

Ele também afirma que toda vez que acontece algo fora do padrão, a Águas de Massaranduba analisa a situação.

Por isso, foi cancelada a captação da água do rio, podendo gerar redução no fornecimento de água no município. “Essa medida protege o morador de Massaranduba que consome a água distribuída por nós”, enfatiza.

Águas de Schroeder contesta resultado do estudo

Por meio de nota, a Águas de Schroeder garante que monitora a qualidade da água das captações e redes de distribuição constantemente.

Também destaca que os relatórios de análise de agrotóxicos realizados semestralmente por laboratório mostram que ela não recebe substâncias tóxicas.

“Lamentamos, pois está gerando preocupações desnecessárias, que não condizem com a realidade”, esclarece a nota.

A nota ainda diz que a captação da água da cidade fica em uma área de preservação ambiental, e não há nenhuma lavoura acima dela. “Salientamos também que os agrotóxicos encontrados são usados na plantação de cana-de-açúcar”, completa.

 

Pesquisa que mostram a utilização de agrotóxicos

As amostras foram coletadas entre março e novembro de 2018, período de safras e cultivos, pelo Programa da Qualidade da Água Tratada, do Centro de Apoio Operacional do Consumidor (CCO) do MPSC.

O município com a maior variedade de agrotóxicos na água foi Rio do Sul, com sete substâncias diferentes, mas 13 cidades apresentaram mais de um princípio ativo simultaneamente.

As análises envolveram municípios na Grande Florianópolis, Oeste, Sul, Vale do Itajaí, Norte e Serra, que foram escolhidos com base na relação entre população, cultivo de alimentos e venda de pesticidas.

Segundo o Ministério Público de Santa Catarina, os resultados das análises apontam a necessidade de ampliação do monitoramento e a realização de uma pesquisa para identificar a origem da contaminação, assim, diminuindo os riscos ao cidadão.

 

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