
Ginástica laboral, lanches saudáveis e massagem são atividades que integram a rotina da empresa de tecnologia
Conforme Kelly, o maior erro cometido pelas empresas é pensar que os profissionais precisam fazer sempre mais em menos tempo, e que produtividade é medida por agendas lotadas. “A principal fonte de energia para gerir equipes está no autoconhecimento e na empatia. A ansiedade pelo resultado impede as pessoas de perceber o que está acontecendo agora e faz com que gerenciem sempre na correção e não na prevenção. Equipes que sentem-se apoiadas e instrumentadas, tornam-se capazes de dobrar resultados. O tabu da autoridade, fiscalização e do perfeccionismo precisa ainda ser quebrado”, afirma a especialista. Fato é que empresas e profissionais estão cada vez mais cientes desta equação. Segundo a pesquisa da Willis Towers Watson, 79% dos profissionais brasileiros consideram que as empresas devem exercer um papel ativo e incentivar seus colaboradores a levarem um estilo de vida mais saudável, enquanto 80% das empresas dizem querer aumentar o seu comprometimento com a saúde e a produtividade de seus empregados nos próximos dois anos. Profissional deve manter o equilíbrio De acordo com o empresário e coach Sandro Ferrari, para que um trabalhador tenha uma produtividade aceitável, é preciso ter equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. “Se algo vai mal no trabalho, muitas vezes reflete na vida pessoal, e a recíproca é verdadeira. Mas em geral, vejo que muitas empresas começam a ficar preocupadas com o valor humano”, aponta o especialista. Segundo Ferrari, a premissa de que “manda quem pode e obedece quem tem juízo” não cabe mais no mercado de trabalho atual – hoje, a tendência é uma atuação mais colaborativa. “A gestão tende a ser mais colaborativa quando os funcionários opinam sobre questões que podem melhorar o tempo todo o ambiente de trabalho”, avalia Ferrari. Para o coach, mais do que investir recursos, é preciso investir tempo e criatividade na criação de um ambiente produtivo. “Para ter resultados diferentes, é necessário fazer coisas diferentes. É muito importante avaliar o que está funcionando e pontos a melhorar. Estes pontos têm que ter data e hora para serem melhorados, envolvendo toda a equipe, ouvindo opiniões. Um ambiente que estimula a produtividade é aquele que o profissional se sente parte do todo. É o ambiente que o profissional deseja estar presente, é motivado a acordar todo dia para ir ao trabalho porque gosta do que faz e onde faz”, ressalta Ferrari. Ambiente saudável, empresa competitiva No mercado de tecnologia, a relação entre produtividade e competitividade está nitidamente inserida no cotidiano do negócio. Em um setor como este, que se modifica constantemente, é preciso estar preparado para estimular e motivar profissionais de forma dinâmica. Consciente deste cenário, a Consistem Sistemas, de Jaraguá do Sul, tem investido pesado em qualidade de vida. No mercado há 30 anos, a empresa busca, por meio de ações simples e de custo acessível, criar um ambiente tranquilo, acolhedor e democrático para estimular a produtividade de seus funcionários, que precisam lidar diariamente com a criação e manutenção de softwares de gestão empresarial. “Para nós que trabalhamos com tecnologia, uma equipe com baixa produtividade resultaria em um produto obsoleto e clientes insatisfeitos. Por isso, procuramos sempre ouvir e, na medida do possível, atender ao funcionário para proporcionar tranquilidade à equipe”, afirma a coordenadora de recursos humanos, Carla Jaqueline Sabel. A empresa possui uma equipe de cerca de 100 colaboradores. “Apesar da natureza da nossa atividade, o nosso ambiente de trabalho é ótimo e trabalhamos incansavelmente para mantê-lo assim. Temos algumas ações como ginástica laboral, massagem e o programa vida saudável, em que servimos um lanche com muitas frutas toda a quarta-feira pela manhã, estimulando a alimentação saudável”, exemplifica a gerente.
Estimular a qualidade de vida dos profissionais é um dos pontos destacados pelos especialistas para elevar o desempenho nas empresas
A empresa também adota uma postura objetiva diante de situações delicadas, que fazem parte do cotidiano, mas costumam trazer um peso negativo para o ambiente de trabalho. “Evitamos assuntos que gerem polêmica. Temos cuidado com o que enviamos em nossas comunicações internas e buscamos absorver certas situações entre gestores, para não atrapalhar as atividades do restante da equipe”, destaca Carla. O processo de seleção de profissionais é outro aspecto importante – por lá, a decisão da contratação é tomada de forma conjunta pelo RH e pelo gestor da área. Conforme Carla, além de possibilitar a contratação de bons profissionais, o modelo tem ajudado a encontrar colaboradores com mais aderência às rotinas e necessidades da empresa, que atua com base em prazos e agendas. “Estímulos sempre são bem vindos e para isso incentivamos sempre o feedback, seja interno ou vindo de um cliente”, acrescenta Carla.
