A empresa responsável pela construção do viaduto da Avenida Waldemar Grubba, a EPT Engenharia e Pesquisas Tecnológicas, solicitou esta semana um reajuste nos valores da obra ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre). Segundo a empreiteira, o realinhamento é necessário para suprir o aumento nos custos do asfalto, que teria subido 92% desde o início do contrato. Com a medida, o prazo de finalização da obra, estipulado para 16 de junho, deve sofrer alterações novamente.
De acordo com o diretor da EPT Engenharia, Wolney Moreira da Costa, se aprovado o reajuste, a obra deve receber acréscimo de aproximadamente R$ 200 mil. O investimento em pavimentação estaria previsto em R$ 400 mil. “O reajuste normal oferecido pelo DNIT é de 30%, porém, com a alta de mais de 90% no preço do CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) não tenho condições de absorver estes 60%”, afirma. Segundo Costa, a proposta está sendo analisada pelo departamento e a expectativa é receber um parecer até o fim desta semana.
A EPT também deve solicitar acréscimo de 15 dias ao prazo para fazer a pavimentação após concluir a discussão sobre os recursos. “Enquanto isso estamos fazendo outros ajustes de menor valor, como conclusão da grama e sinalização. Infelizmente é isso o que podemos fazer com o que ‘está no bolso’. O prazo final da obra só poderá ser determinado depois deste retorno”, destaca Costa. Sobre os repasses, o diretor afirma que ainda há atrasos nos valores previstos para este ano, mas que os valores não representam um grande problema em comparação com o reequilíbrio financeiro.
Conforme a assessoria de imprensa do DNIT, o órgão aguarda a formalização do pedido de reajuste, o que ainda não foi feito. Somente após este trâmite será feita a análise da proposta. No último mês, o órgão notificou a empresa pelo atraso na conclusão da obra. Questionado a respeito do pagamento, o DNIT informou que “tem feito regularmente os repasses à empresa, conforme medições de obra, que pode ser conferido no Portal da Transparência”.
A ordem de serviço para execução do viaduto foi assinada em março de 2013 com um prazo de execução de 18 meses. A entrega estava prevista para setembro de 2014, mas desde então já foram anunciadas outras cinco datas de inauguração, a última delas em abril deste ano.
Para o gerente de uma loja da região, Alexon Torres, população precisa
manifestar sua indignação diante dos atrasos mal explicados
População cobra ação do poder público
Enquanto a situação da obra continua sem uma definição, a população lamenta os transtornos causados no entorno do viaduto. O gerente de uma loja da região, Alexon Torres, de 35 anos, se diz indignado com as constantes paralisações. “Enquanto eles ficam enrolando e culpando um ao outro, quem paga a conta somos nós. Hoje o acesso à cidade e aos bairros [Vieira e João Pessoa] está totalmente prejudicado e nós estamos perdendo concorrência. É uma vergonha”, diz.
Para a produtora de vendas Suzana Cabral, de 34 anos, o problema torna o trânsito caótico na região e, muitas vezes, perigoso. “É um acúmulo muito grande de carros. Para mim que ando de moto é preciso ter muita atenção, ninguém respeita”, comenta ela. Apesar de estar confiante com as melhoras de mobilidade promovidas pelo viaduto, Suzana está pessimista em relação à conclusão da obra. “Pelo jeito que anda ainda vai demorar”, lamenta.
Na última terça-feira, o presidente da Câmara de Vereadores, José Ozório de Ávila, convidou os vereadores do município a participarem de uma reunião com o DNIT, a ser agendada, para debater o tema. Em janeiro deste ano, a Prefeitura de Jaraguá do Sul levou à Florianópolis uma notificação extrajudicial pedindo a conclusão das obras do viaduto.