A divisão de Agricultura e Meio Ambiente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Corupá vai retomar a partir de fevereiro o trabalho de orientação e combate ao caramujo africano no município. O molusco está se proliferando em plantações de banana e hortas em diversas localidades do município. O caramujo africano, além de praga agrícola, também pode transmitir doenças do sistema nervoso, dores de cabeça, perfuração intestinal e hemorragia abdominal.
Entre as ações que devem ser colocadas em prática pela divisão de Agricultura e Meio Ambiente de Corupá está a elaboração e distribuição de uma cartilha com informações sobre o caramujo africano e dicas de como combater essa praga.
Segundo o engenheiro agrônomo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Corupá, Lucas Trevisan, outra medida de combate ao caramujo africano no município será a aquisição e distribuição pela Secretaria de uma isca que ao ser ingerida pelo molusco causa desidratação o levando a morte, assim como contamina os demais. Além da distribuição dessa isca, a divisão de Agricultura e Meio Ambiente também dará orientação técnica sobre o descarte correto e eficiente dos caramujos que forem encontrados mortos.
Como surgiu essa praga
O caramujo africano (Achatina fulica) é uma espécie de molusco terrestre tropical, originário do leste e nordeste da África. Foi mundialmente disseminado por meio da gastronomia, pela região da Tailândia, China, Austrália, Japão e recentemente pelo continente americano. Essa espécie é considerada uma das cem piores espécies invasoras do mundo causando sérios danos ambientais. No Brasil foi introduzida a partir 1988 como uma forma barata de substituir o escargot. Mas que não deu certo, por transmitir doenças aos seres humanos.
Os indivíduos adultos de caramujo africano podem atingir uma massa de mais de 200g e chegar a 15 cm de comprimento de concha. É um caramujo de concha cônica marrom ou mosqueada. São hermafroditas, podendo botar de 50 a 400 ovos a cada postura e com reprodução até 4 vezes em um ano. É resistente ao frio e à seca e geralmente passa o dia escondido, saindo para se alimentar e reproduzir à noite ou logo após as chuvas.
A invasão do caramujo africano no Brasil ocorre em áreas urbanas, rurais e naturais, tornando-se impossível erradicá-lo. Porém, o controle local continua possível.
No campo, pode ocorrer perdas na produtividade da colheita devido ao ataque destes herbívoros, sem contar o ataque a outras plantas que fornecem o enriquecimento da camada superficial do solo.
O caramujo africano também é responsável pela transmissão de parasitas que causam doenças de difícil diagnóstico em humanos e que podem até levar à morte.
*Com informações da Prefeitura de Corupá