Dia Mundial Sem Tabaco: Fumantes têm maior risco de contaminação por coronavírus

Homem fumando

Foto Arquivo/OCP News

Por: Felipe Elias

31/05/2020 - 12:05 - Atualizada em: 31/05/2020 - 12:27

O tabaco causa diferentes tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo, muitas vezes comprometendo a capacidade pulmonar. Devido a isso, os fumantes têm maior risco de contrair vírus, bactérias e fungos, sendo acometidos com maior frequência por infecções como sinusites, bronquites, pneumonias e tuberculose.

É possível dizer também que o tabagismo pode favorecer o contágio por Covid-19 e, embora não seja comprovado, indivíduos que já têm um pulmão comprometido pelo tabaco podem apresentar maiores complicações durante a evolução da doença.

Por esse motivo, neste ano, o tema para o Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado neste domingo (31), é “Tabagismo e Coronavírus”. Isso porque, segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo, também considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem papel de destaque no agravamento da crise contra o novo vírus.

Conforme Adriana Elias, coordenadora do Programa Estadual de Controle do Tabagismo da Secretaria da Saúde de Santa Catarina, o ato de fumar facilita a contaminação pelo vírus em decorrência do constante contato dos dedos com os lábios. “O uso de produtos que envolvem o compartilhamento, como narguilé e dispositivos eletrônicos para fumar também facilitam a transmissão entre os usuários”, explica.

Outro alerta é para as pessoas que não fumam, mas que moram e convivem com fumantes. Essas pessoas, chamadas de fumantes passivos, também sofrem agressões pulmonares. De acordo com Adriana, todos respiram as mesmas substâncias tóxicas dos derivados do tabaco que se espalham no ambiente. Crianças e bebês são particularmente mais suscetíveis ao tabagismo passivo e com risco aumentado de desenvolver doenças respiratórias.

Dados

De acordo com a OMS, o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, sendo responsável por 8 milhões de óbitos a cada ano relacionados às doenças crônicas não transmissíveis, como doença pulmonar crônica (bronquite e enfisema), diversos tipos de câncer, doença coronariana (angina e infarto) e doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral – AVC).

No Brasil, cerca de 19% dos adolescentes entre 13 e 15 anos já experimentaram cigarros, e aproximadamente 80% dos jovens que evoluem para fumar regularmente o fazem antes dos 19 anos – idade média é de 16,5 anos.

Em Santa Catarina, no ano de 2019, 11.185 pessoas procuraram tratamento para o tabagismo, das quais 215 tinham menos de 18 anos. Desse total, 7.046 terminaram o primeiro mês de tratamento e 4.713 pararam de fumar.

Redução de riscos

O período de isolamento social também pode ser aproveitado como um estímulo para o cuidado com a saúde, incluindo a cessação do tabagismo. Ao parar de fumar, são observados benefícios imediatos, como a melhora no funcionamento dos pulmões, por exemplo.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para quem deseja parar de fumar. A população pode obter informações no posto de saúde próximo a sua casa ou diretamente na Secretaria de Saúde do município.

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