Muitas pessoas acreditam que alergia não é algo perigoso, porém vale lembrar que algumas podem levar à morte. Esse é o principal objetivo deste 8 de julho, considerado o Dia Mundial da Alergia: alertar as pessoas sobre a importância do tratamento delas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, 30% da população possui algum tipo de alergia. A rinite alérgica é uma das mais presentes no mundo com 25% de prevalência, seguida pela asma alérgica, que atinge cerca de 20% de crianças e adolescentes do país.
Alergia é toda reação exagerada da defesa do organismo contra agentes que, a princípio, não deveriam fazer mal, como, por exemplo, os ácaros (organismos visíveis apenas microscopicamente) presentes na poeira. Os tipos mais frequentes de alergia são as respiratórias. Alergias de contato, alimentares e urticárias também são comuns e precisam de atenção.
A médica especialista em alergia e imunologia cooperada à Unimed Blumenau, Maria Claudia Schulz, explica sobre como prevenir, os tratamentos, cuidados e sintomas das alergias, assim como a importância da imunidade do indivíduo para combater crises alérgicas.
Prevenções e tratamentos
Algumas atitudes e cuidados podem contribuir para que a pessoa não desenvolva alergias, ou, pelo menos, não tenha crises alérgicas recorrentes. O tratamento das alergias em geral é realizado com remédios como anti-histamínicos e corticoides, prescritos por médicos.
“Quando as crises são frequentes, existem casos que o indivíduo precisa recorrer à imunoterapia, tratamento com vacinas e medicamentos orais, que ajudam a evitar ou prolongar o espaço de tempo entre uma crise e outra. Em casos extremos, o paciente poderá precisar ainda fazer uso de adrenalina”, informa Maria Claudia.
De acordo com a especialista, os cuidados são essenciais, principalmente no local onde o indivíduo trabalha ou mora. “É preciso ser rígido com a limpeza dos ambientes. Trocar os lençóis pelo menos uma vez na semana, usar capas anti-ácaros nos colchões e travesseiros, lavar cortinas e tapetes pelo menos a cada dois meses e usar o aspirador de pó são alguns métodos eficazes. Realizar um controle ambiental adequado é uma das principais formas de evitar crises alérgicas”.
Uma dica importante para as mães evitarem o desenvolvimento de alergias em bebês é a amamentação. “As mães devem amamentar seus filhos exclusivamente até os seis meses de vida, pois o leite materno passa para o bebê imunoglobulinas, dentre outras proteínas e vitaminas que vão atuar fortalecendo o sistema imune da criança, podendo evitar que elas tenham algum tipo de alergia”, destaca.
Imunidade x alergias
As alergias não estão diretamente relacionadas à imunidade baixa. Entretanto, em algumas situações podem ser importantes comorbidades. “Uma pessoa que apresente, por exemplo, asma, se estiver debilitada com a imunidade baixa, pode apresentar infecções respiratórias que complicam ainda mais o quadro de asma”. O exemplo pode ser aplicado à rinite alérgica e sinusites infecciosas.
Atenção! A alergia pode levar à morte
Conhecida como anafilaxia, a reação alérgica de hipersensibilidade imediata e severa, que afeta todo o corpo, pode levar à morte do indivíduo. “A manifestação mais grave ocorre quando se provoca inchaço e obstrução das vias aéreas superiores, neste caso a pessoa precisa de tratamento de emergência”.
Medicamentos, látex, alimentos e venenos de insetos são os principais causadores de anafilaxia. Os alimentos mais comumente envolvidos em casos de anafilaxia no Brasil são crustáceos (camarão), oleaginosas (amendoim), clara de ovo e leite de vaca. Entre os insetos, pode-se destacar vespas, abelhas e formigas. “A causa mais comum de reação anafilática são os medicamentos em todas as faixas de idade, principalmente analgésicos e anti-inflamatórios”, afirma.
Atente-se aos sintomas
As manifestações das alergias são diversas. No caso das rinites alérgicas ou da asma brônquica, o afetado é o sistema respiratório, enquanto situações mais graves, como na anafilaxia, atingem todo o organismo e podem conduzir à morte.
Sintomas de uma alergia
- Lesões na pele, como placas vermelhas, e inchaços que provoquem coceira ou ardor;
- Vermelhões ou lesões que provoquem coceira ou ardor;
- Inchaço ou tumefacção da pele, especialmente se afetar lábios ou pálpebras;
- Rinites, conjuntivites ou irritação na boca ou na garganta;
- Tosse contínua ou persistente, respiração sibilante, sensação de sufoco ou insuficiência respiratória;
- Queda abrupta da pressão arterial.
Caso sinta qualquer um desses sintomas, informe alguém mais próximo e solicite atendimento médico de urgência.
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