A terceira idade para Ernesto Gaboardi, 78 anos, e Iracema Moreira Bäumle, 79 anos, tem sido uma fase de muito movimento. Com a vida profissional cumprida e filhos criados, a boa saúde garante aos dois a possibilidade de vivenciar essa fase com tranquilidade.
A pandemia de Covid-19, pontua Ernesto, foi o que deu uma segurada nos dois, já que as atividades do Centro de Convivência Arnoldo Leonardo Schmitt foram paralisadas.
“Mas antes nós tínhamos vôlei, música, dança, ginástica. A gente saía toda semana, duas, três vezes. Deu uma acalmada por causa dessa pandemia, mas agora está começando de novo, está começando a ficar bom”, comenta ele, com bom humor, animado com a possibilidade de retomar a agenda.
Iracema acredita que é essa rotina com movimento constante que faz as pessoas na terceira idade se manterem bem. São atividades que ajudam o corpo e mente a se manterem fortalecidos.
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Cuidado com as plantas mantém casal ativo I Foto Fábio Junkes/OCP News
O que contribuiu nessa temporada de quarentena foi o trabalho em casa. O jardim está sempre florido e ao redor da casa as plantas são cultivadas com carinho. Do pé de pitanga carregado à horta que aproveita cada espacinho com ervas medicinais, aromáticas e alimentos.
Seu Ernesto se orgulha: “Feijão, nunca compro, sempre planto para o gasto. Aipim, feijão, alho, de tudo um pouco”, conta.
Os dois comentam que a vida na terceira idade pode ser boa observando, em síntese, três aspectos. Primeiro, ter uma boa saúde, que pode ser mantida com atividades e cuidados.
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Tranquilidade para eles vem da boa saúde, finanças em dia e harmonia familiar | Foto Fábio Junkes/OCP News
Iracema complementa que a idade chega para muitas pessoas com histórias de vida conturbadas. No caso dela, perdeu o filho e o primeiro marido cedo – perdas e sofrimentos que exigiram atenção e cuidados.
Depois, uma vida familiar equilibrada, com relações respeitosas e harmoniosas. Além disso, para aproveitar essa fase, a vida financeira precisa estar em dia, sem dívidas e gastos desnecessários.
Trabalho na terceira idade
Aos 64 anos, Maria de Fátima Pompeo, leva a energia e carisma que tem para a rotina diária. A vida foi de trabalho informal, desde os 12 anos atuando na casa de famílias, o que não possibilitou acesso a aposentadoria.
Das 8h às 13h, ela pode ser vista na esquina da Reinoldo Rau com a rua Expedicionário Cabo Harry Hadlich vendendo bilhetes de Trimania. Já são quatro anos neste ponto. “Criei uma amizade bacana com as pessoas, respeitosa. Eu conheço metade de Jaraguá”, conta.
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Sem aposentadoria, Maria de Fatima segue trabalhando | Foto Fábio Junkes/OCP News
Em outros dias, ainda realiza serviços de limpeza para reforçar o orçamento da casa e tem auxílio mensal do Bolsa Família para compra de alimentos.
“Eu acredito que não posso parar”, destaca ela, sobre a boa saúde, mas confessa que gostaria de ter uma oportunidade no mercado de trabalho formal. “Gostaria muito de estar trabalhando ainda, porque tenho 64 anos, tenho bastante saúde e bastante agilidade.”
Vinda de São Paulo para Jaraguá do Sul há 18 anos, Maria de Fátima diz que ama morar na cidade pela qualidade de vida oferecida e acesso aos serviços.
Ela recebe apoio e acompanhamento no Cras (Centro de Referência de Assistência Social), por isso, nunca deixa de participar das atividades e cursos desenvolvidos.
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Maria gosta da atividade e de conhecer pessoas | Foto Fábio Junkes/OCP News
“Eu sou muito participativa com o Cras porque eles estão sempre ali presentes comigo. Gosto muito mesmo”, comenta.
Muito ativa e bem humorada, ela conta que a idade não afasta os planos e sonhos: aprender crochê e voltar a estudar.
Em atividade
Jaraguá do Sul, segundo o último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), tem mais de 11 mil pessoas acima dos 60 anos, sendo 6.272 mulheres e 5.064 homens.
Para oferecer qualidade de vida a esse público, existem desde as instituições e estruturas que oferecem atendimento a família como um todo – Como Cras e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) -, até os programas municipais criados dentro do Centro de Convivência Arnoldo Leonardo Schmitt.
A finalidade desse centro, que é mantido pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação, é promover qualidade de vida, preservar a autonomia e manter a independência da pessoa idosa, incentivar um envelhecimento ativo com atenção aos cuidados com a saúde e a educação.
Além disso, é promovida a convivência familiar e entre gerações, com o intuito de evitar o isolamento e a institucionalização.
Ainda existem os Grupos de Idosos e Clubes de Mães no município que fazem esse trabalho de integração.
Antes da pandemia, os programas da Secretaria atendiam direta ou indiretamente cerca de 5 mil pessoas idosas. Sendo que 3,5 mil estavam nos grupos de idosos em diversos bairros da cidade.
Segundo o secretário André de Carvalho Ferreira, por meio desses programas o município consegue ser referência no atendimento ao idoso.
Estudo aprofundado
O Conselho Municipal dos Direitos do Idosos (CMDI) está financiado, por meio de um projeto, a pesquisa do Diagnóstico do Idoso.
Esse material ficará pronto no quarto trimestre de 2021 e trará informações sobre as principais demandas dos idosos do município. Serão questões relacionadas à saúde, educação, habitação, cultura, esporte, assistência social, saneamento básico, renda e outras.
O objetivo é aprimorar ainda mais o atendimento realizado à pessoa idosa.
Eventos pelo Dia Mundial do Idoso
Por conta do Dia Mundial do Idoso, comemorado hoje, o CMDI de Jaraguá do Sul realiza dois eventos, um nesta sexta-feira (1º) e outro sem data definida.
O primeiro será uma ação com orientações sobre alimentação saudável e direitos dos idosos, com apoio da Sociesc, e acontece nas dependências do Supermercado Giassi, das 8h às 19h30.
O segundo evento será no Parque da Inovação, no bairro Três Rios do Sul, e será marcado conforme a previsão do tempo. Deverão ocorrer aulas de ioga, alongamento e dança, além de conversas sobre temas como saúde, violência contra a pessoa idosa e alimentação. Tudo com apoio de estudantes da Unisociesc das áreas de educação física e fisioterapia.
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