A Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina esclarece que o tremor sentido em Chapecó nos últimos dias foi uma reverberação de um terremoto ocorrido na Argentina.
O fenômeno atingiu magnitude 6,4 na Escala Richter e ocorreu na última sexta-feira, 20, na região de Campo Gallo.
De acordo com a Defesa Civil, a reverberação demora alguns dias para ser sentida, por isso foi percebida nesta semana em Chapecó. O bairro Santa Maria, nas proximidades do Hospital Regional do Oeste (HRO), foi um dos locais onde mais se percebeu o evento.
O terremoto da Argentina foi consequência de duas placas tectônicas convergentes, ambas em constante movimento, as quais estão localizadas no mar, próximo à Argentina e ao Chile.
A Secretaria de Proteção e Defesa Civil reforça que está monitorando a situação e informa que não há nenhum perigo para a população local.

Bairro Santa Maria, nas proximidades HRO, foi um dos locais onde mais se percebeu o evento – Foto: Mauricio Vieira / Secom
Microexplosão
Já a Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina confirmou a ocorrência de uma microexplosão em Gaspar na tarde dessa segunda-feira, 23. Também houve registro de tempestades severas no Oeste, o que resultou na morte de uma mulher em Chapecó.
A Defesa Civil analisou as imagens dos radares meteorológicos de Lontras e Chapecó, sendo que, segundo o Radar de Lontras, o que ocorreu em Gaspar foi uma microexplosão, com ventos aproximando de 90 km/h.
Chefe da Meteorologia da Defesa Civil catarinense, Murilo Fretta José, explica o fenômeno.
“É uma caracterização de tempestade severa que é associada a fortes rajadas de vento, chuva intensa, muitos raios e possibilidade de granizo, e ela acontece quando a nuvem não consegue suportar todo volume de água e o ar denso e frio que está no seu interior, então, quando isso se desprende da nuvem acaba gerando uma corrente de vento para baixo, formando a microexplosão”.
No evento adverso de Chapecó, conforme o Radar Meteorológico, foi observada uma tempestade associada a vendaval e chuva intensa. A partir das 17h01 até às 17h40 do dia, o Radar estimou a velocidade do vento passando dos 100 km/h.
Uma mulher morreu em decorrência do desabamento de um telhado de um centro religioso e outras dez ficaram feridas. O telhado foi atingido por parte de uma construção ao lado, que desabou em decorrência dos fortes ventos.

Desabamento de telhado de um templo religioso em Chapecó causou a morte de uma mulher Foto: Divulgação / CBMSC
Sul do estado
Já em Nova Veneza, no Sul do estado, entre 17h e 18h, ocorreu uma tempestade convectiva, popularmente conhecida como tempestade de verão. Houve alagamentos em diversas vias públicas, sem atingir casas, enxurradas e pequenas proporções de chuva de granizo. Cerca de 3.804 pessoas foram afetadas, sendo 3.500 na área urbana, 300 na comunidade de Linha Zocche e 4 em Sanga Curta.

Nova Veneza – Foto: Divulgação / Defesa Civil municipal
“Quando falamos de convecção significa que uma massa de ar quente é elevada na atmosfera e a partir do momento que ela começa a subir, paralelamente começa a condensar e forma-se as nuvens cumulonimbus, que são as nuvens de trovoadas, tempestades”, explica Murilo.
Geralmente essas tempestades são associadas ao desenvolvimento de raios, granizo, e as nuvens possuem muitos hidrometeoros em seu interior, o que acaba ocasionando chuvas intensas.
A Coordenadoria Regional de Defesa Civil de Santa Catarina está orientando a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil para realizar os atendimentos e os procedimentos de registro.