Paixão e dedicação exclusiva às plantas

Geral
sexta-feira, 04:00 - 29/04/2016

De pele morena e olhos azuis, Leontino José de Oliveira, 82 anos, mais conhecido como “Baiano”, é o dedicado viveirista de Schroeder, apaixonado pelo manuseio e cultivo das plantas, frutíferas e de reflorestamento. Ele é, de fato, o primeiro servidor do município, já que há 52 anos, antes mesmo da emancipação, começou a atuar na cidade. É a prova de que idade não é empecilho para produtividade, e que se manter ativo fazendo o que gosta ajuda a manter a saúde física e mental.
Nascido em Ibitiara (BA), a história de trabalhor que “fala com as plantas” começou aos 14 anos, quando se mudou para São Paulo, onde por oito anos atuou como pedreiro e operário de fábrica, período em que conheceu e casou com Erôndica Griga, já falecida, nascida em Massaranduba e criada em Schroeder, motivo que o trouxe ao Vale do Itapocu. “Tivemos seis filhos e já perdi a conta de quantos netos, bisnetos e tataranetos tenho”, reconhece, sorrindo.
“Na época que viemos para cá, em 1965, aqui era a Intendência de Guaramirim e eu trabalhava como operador de máquinas. Quando veio a emancipação, me mantiveram no cargo e seis meses depois, comecei como viveirista”, recorda. Foram três anos de treinamento através de convênio com a Epagri, em Itajaí, Araquari e Florianópolis. Baiano então prestou o segundo concurso, dessa vez pelo município recém-emancipado. Era na época do primeiro prefeito eleito, Ludgero Tepassé, quando Schroeder tinha 1,7 mil eleitores. Atuou no primeiro viveiro, anexo à Prefeitura. Hoje, o espaço funciona em área nos fundos da sede dos Bombeiros.
Motivação com novo projeto
Aposentado desde 1990, nas duas gestões anteriores, quando o viveiro foi desfeito, Leontino continuou roçando em volta das árvores que plantou. Agora, com a revitalização do espaço e o convênio através do Projeto Bünge Natureza, Baiano ganhou uma motivação a mais: cultivar mudas para o reflorestamento da orla do rio Itapocuzinho, em Itoupava-Açu. “A minha vida está diretamente ligada às plantas. A minha maior alegria é chegar aqui às 6h45 para trabalhar”.
Segundo a diretora de Proteção e Defesa Civil, Tania Dantas, o projeto prevê a produção de 44 mil mudas em um ano. Desde 2008, na região considerada de alto risco de enchentes, já foram retiradas sete casas. “Além de revitalizar o viveiro, demos um gás para ele (Leontino). Ele é muito querido”, resume Tania Dantas.
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