Covid-19: Anvisa nega autorização de uso emergencial do Avifavir

Foto Agência Brasil

Por: Elissandro Sutil

22/06/2021 - 14:06 - Atualizada em: 22/06/2021 - 14:52

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) negou a autorização temporária de uso emergencial do medicamento Avifavir (Favipiravir) para o tratamento antiviral de pacientes hospitalizados com Covid-19.

A decisão unânime foi tomada durante a 12ª Reunião Pública da Diretoria Colegiada (Dicol), nesta terça-feira (22).

De acordo com o voto da diretora Meiruze Freitas, relatora da pauta, o medicamento em questão não atende às expectativas da Agência quanto aos requisitos mínimos de segurança e eficácia no contexto do uso emergencial.

“A Anvisa continua comprometida com o avanço da saúde pública do país durante esta pandemia sem precedentes. A Agência deve usar de todas as vias possíveis para fazer com que novos tratamentos estejam disponíveis para os pacientes o mais rápido possível. Entretanto, não se pode autorizar o uso de um medicamento que não demonstrou benefício clínico no tratamento da Covid-19 e ainda pode resultar em riscos à saúde dos pacientes”, afirmou a diretora relatora.

O medicamento, fabricado pelas empresas russas API – Technologies LLC e Joint Stock Company Chemical Diversity Research Institute – JSC CDRI, teve a solicitação de autorização de uso emergencial (AUE) registrada pelo Instituto Vital Brazil.

O Avifavir é considerado um medicamento novo, com insumo farmacêutico ativo (IFA) ainda não registrado pela Anvisa.

No Brasil, até o momento, já possuem indicação para tratamento de Covid-19 o fármaco Rendesivir e duas associações de anticorpos monoclonais, formadas pelo casirivimabe com o imdevimabe e pelo banlanivimabe com o etesevimabe.

Até o momento, nenhuma autoridade regulatória no mundo aprovou o Avifavir (Favipiravir) para o tratamento da Covid-19.

Decisão técnica

A decisão da Anvisa é fundamentada e sustentada em uma avaliação técnica que se orienta pela ponderação dos potenciais benefícios para a saúde pública em comparação aos eventuais riscos sanitários decorrentes do uso do medicamento em avaliação.

Após essa avaliação, realizada pelas gerências-gerais de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED), de Fiscalização e Inspeção Sanitária (GGFIS) e de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária (GGMON), as áreas técnicas concluíram que as limitações, incertezas e riscos da aprovação do uso emergencial do Avifavir superam os benefícios no tratamento de pacientes com Covid-19.

Alinhada às manifestações técnicas, a Diretoria Colegiada entendeu, por unanimidade, que o produto não atende às expectativas da Agência quanto aos requisitos mínimos de segurança e eficácia no contexto do uso emergencial.

É importante ressaltar que a avaliação de pedidos dessa natureza é realizada com base na Lei 14.124/2021, que estabelece as regras para autorização de uso emergencial, de forma temporária e em caráter experimental, de vacinas e de medicamentos contra a Covid-19.