Comissão de Saúde da Alesc aprova audiência pública para debater reabertura de eventos

Na última terça-feira (22), em Criciúma, o grupo percorreu a Avenida Centenário em protesto l Foto: Rafa Gasquel

Por: OCP News Criciúma

14/10/2020 - 19:10 - Atualizada em: 14/10/2020 - 19:43

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa aprovou nesta quarta-feira (14) requerimento para realização de audiência pública para debater a possibilidade de retorno imediato das atividades do setor de eventos e feiras públicas.

A proposição é do deputado Jessé Lopes (PSL), com data de realização prevista para o dia 21 de outubro.

Manifestações dos representantes e trabalhadores do setor já foram realizadas pedindo o retorno.

Os deputados membros da comissão consideraram que a retomada das atividades desse segmento é bastante polêmica. O presidente da comissão, deputado Neodi Saretta (PT), ressaltou que esse foi o segmento mais afetado pela pandemia.

Reconhecendo que as empresas e profissionais estão com muitas dificuldades financeiras, a deputada Ada de Luca (MDB) alertou, no entanto, que o vírus continua fazendo vítimas e que os números mudam todos os dias.

Já o deputado Coronel Mocelin (PSL) disse que é possível “aprovar a realização de eventos que sigam os devidos protocolos porque as festas estão acontecendo de forma clandestina e as praias estão lotadas”.

O deputado Valdir Cobalchini (MDB) opinou que a comissão deve propiciar o debate, em função dos apelos recebidos, e permitir que “a Secretaria de Saúde exponha as razões e estabeleça prazos para a reabertura”.

Reprodução Alesc

O deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) acrescentou que é a favor da reabertura gradual, “desde que haja segurança e risco controlado, para que as pessoas possam restabelecer seus ganhos”.

No entanto, alertou que o contágio é imprevisível e não há como estimar como estarão os hospitais nos próximos dias. Na opinião dele, a condução que vem sendo dada no estado é muito boa, o que permitiu a menor taxa de letalidade do Brasil. “Mas isso diminuiu a percepção de risco das pessoas”.

Debate

As imagens de aglomerações em praias, ruas e restaurantes foram motivo de debate durante a sessão.

“O governo editou portaria dizendo que eventos sociais no laranja e no amarelo podem, mas eventos pagos só no azul. A praia do Rosa, que tá laranja, não poderia, mas que bom (que aglomera), minha crítica é por que eventos pagos não podem? Será que festa no meio da rua pode? Restaurante pode, balada não pode, mas se a balada virou restaurante para abrir, daí pode. Quanto mais você abre, menos pessoas se contaminam e menos pessoas morrem”, defendeu Jessé Lopes (PSL).

Sargento Lima (PSL) concordou com o colega e contou que o lockdown de Wuhan, na China, não foi decretado para conter o coronavírus, mas para frear a sublevação contra o fechamento de mercados.

“Tinham medo de morrer se saíssem de casa, não de Covid, mas da bala dos camaradas. Daí a Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolveu a teoria de que se tudo mundo ficasse em casa, ia funcionar”, explicou o representante da Manchester barriga verde, crítico contumaz da quarentena.

Carlos Humberto (PL) concordou em parte com os representantes do PSL.

“Em Santa Catarina fizemos sim, e temos de fazer este adendo, um trabalho relevante, porque comparado a outros estados, estamos melhor, se dá para usar a palavra, mas isso não quer dizer que seja perfeito e que não tenhamos correção por fazer”, ponderou o representante de Balneário Camboriú.

Para Humberto, o governo deveria promover o retorno do ensino infantil e dos eventos.

“O ensino infantil pode muito bem acontecer. Mesma coisa são os eventos, não é possível ver imagens todos os dias, acabei de almoçar em um restaurante cheio, claro dentro das normas, por que não pode um casamento? São 900 mil catarinenses que vivem do setor de eventos e já tivemos três mil demissões no ensino infantil”, advertiu Humberto.

Maurício Eskudlark (PL) também defendeu o retorno dos eventos.

“Os eventos foram suspensos desde março, eventos com seis meses, um ano de programação, como casamentos. O estado tem sido omisso na liberação de eventos, esperamos que analise a situação e revogue o decreto que está em vigor, porque tem sido diariamente desrespeitado”, discursou Eskudlark, que criticou a relação das cores com o número de UTI’s disponíveis para Covid nas regiões.

Neodi Saretta (PT), presidente da Comissão de Saúde, viu com outros olhos as imagens de aglomerações estado afora.

“Fiquei preocupado com as cenas do feriadão, o patamar de óbitos e o número de casos são preocupantes, em uma semana fomos de seis mil para oito mil casos ativos, isso pode agravar a classificação de regiões e impedir a volta às aulas”, avaliou Saretta, que defendeu o uso de campanhas de conscientização “para que a população possa compreender e fazer sua parte”.

Agência Alesc

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