Colaboradores do Hospital São José se unem para lutar contra o coronavírus

Por: OCP News Criciúma

07/04/2020 - 19:04 - Atualizada em: 07/04/2020 - 19:15

Desde que a pandemia do coronavírus chegou ao país, várias foram as mudanças e adaptações necessárias para o enfrentamento ao Covid-19.

No entanto, um grupo precisou mais do que se adaptar, colocar o outro acima de tudo e seguir na linha de frente no combate ao desconhecido.

Os profissionais de saúde do Hospital São José, de Criciúma, viram suas vidas se transformar e os dias se tornarem maiores, viram que a união de todos fez a diferença no trabalho e perceberam juntamente com toda a comunidade, o quanto o seu trabalho é fundamental.

O local conta hoje com mais de 1400 colaboradores, 250 médicos, 50 médicos residentes e 90 voluntários, profissionais comprometidos com a causa 24 horas por dia e que sentiram na pele a mudança da rotina e a necessidade de adaptações em todos os setores para o enfrentamento da crise.

Um dos exemplos é o setor de compras e estoque.

“Em paralelo ao abastecimento normal de insumos e equipamentos para o hospital, agregamos a função do controle de compras e consumo também de itens para tratamento dos pacientes com coronavírus. Apesar de estarmos bem abastecidos, a incerteza do que está por vir nos deixa um pouco apreensivos, visto a dificuldade de compra para esses materiais e medicamentos destinados a este perfil de paciente pela falta no mercado gerada pela demanda muito superior à oferta. Outra preocupação que ronda nossa área é o aumento dos preços e, muitas das vezes “você não tem para onde correr” visto que a prioridade é a saúde dos nossos pacientes e segurança dos nossos colaboradores”, garante o coordenador do setor de compras do HSJosé, Fernando Ronchi Spader.

Mudança na rotina de trabalho

A prioridade, neste momento no HSJosé é o controle e abastecimento referente ao coronavírus.

“Na área de compras e gerência de suprimentos, podemos dizer que a busca para a compra de insumos e equipamentos para este perfil de paciente é incessante. Todos os dias, por mais que estejamos bem abastecidos, buscamos novos fornecedores, novas marcas, melhores preços para que o hospital seja minimamente prejudicado com essa pandemia”, explica o gerente de suprimentos, Angelo Antonio Romancini Lodette.

Já no setor de controle de estoque, também é evidenciado o consumo para que se mantenha a segurança do paciente e que, em paralelo os gastos, sejam os mais racionais possíveis.

“Tudo o que recebemos relacionado aos itens para os atendimentos de pacientes com coronavírus é priorizado para esteja o mais rápido possível disponível para os setores. Algumas rotinas, como da entrega de materiais, estão sendo ajustadas para agilizar ao máximo a disponibilidade dos materiais e medicamentos que são necessários para atender a este perfil de paciente como também evitar o deslocamento dos profissionais de enfermagem até os centros estocadores, auxiliando para que os mesmos se dediquem exclusivamente ao atendimento ao paciente”, enaltece o coordenador de almoxarifado, Tiago Shlengman.

Mesmo com uma demanda maior de trabalho, para os colaboradores do HSJosé, estar na linha de frente em um momento como este deixa transparecer o orgulho de ser um profissional de saúde.

“Mostramos diariamente à sociedade a importância do nosso trabalho, mas uma situação dessa dá uma visibilidade ainda maior. Além de tudo, temos uma direção que nos apoia e nos dá subsídios para todas as decisões. O apoio da sociedade como, por exemplo, o aplauso coletivo feito há alguns dias nos dá a sensação de um trabalho bem feito e nos motiva a continuar. Mesmo diante das dificuldades encontradas enquanto houver a necessidade, estaremos juntos com os demais colaboradores do hospital frente a essa batalha ou qualquer outra que venha a surgir”, garante Angelo.

Alterações também na rotina da UTI

De acordo com o coordenador da UTI do HSJosé, Dr. Felipe Dal Pizzol (CRM 10643/ RQE 8882), a pandemia interfere também na rotina de trabalho da Unidade de Terapia Intensiva.

“Nós imaginamos que a partir de agora vai impactar ainda mais e a nossa organização interna, os fluxos, os cuidados, o suporte e a equipe serão cada vez mais importantes. Nossa rotina ficou um pouco mais pesada, justamente pelos cuidados que precisaram ser ainda maiores. Penso que, com o aumento de casos, essa rotina vai aumentar ainda mais”, explica Dr. Felipe.

Desde que a pandemia do coronavírus chegou, várias foram as mudanças e adaptações necessárias para enfrentamento/Fotos: Divulgação

Para o médico, todos os profissionais da saúde são extremamente importantes nessa hora.

“Estamos na ponta de cuidar dos pacientes graves, ao mesmo tempo nos expondo, expondo nossas famílias à contaminação. Mas é nessa hora que precisamos estar juntos para apoiar os pacientes com Covid-19. O profissional da saúde tem nesse momento um sentimento dubio. Claramente queremos ajudar as pessoas e temos esse papel importante, porque faz parte da nossa profissão, do nosso caráter, da nossa moral. Mas, por outro lado, também somos seres humanos e também temos medo do que pode acontecer conosco e com as pessoas que nos cercam. Mas seguimos fortes e sempre presentes, o quanto pudermos, para ajudar a tratar dos nossos pacientes”, garante Dr. Felipe.

Para a enfermagem, uma batalha antes nunca vista

Na gerência de enfermagem, as adaptações e mudanças no trabalho também foram amplamente sentidas.

“Tivemos que fechar setores, remanejar funcionários, deixamos a gerência e fomos para a linha de frente. Tivemos colaboradores que eram do grupo de risco que foram afastados do trabalho, e com isso tivemos que nos adaptar. Antes, nosso trabalho era o de gerenciar toda a enfermagem. Hoje surgiram novas demandas relacionadas ao Covid-19, que vão desde o repasse de informações aos familiares, como o atendimento ao paciente propriamente dito. Além de verificar diariamente se temos profissionais para o atendimento aos pacientes, fazer escala para a equipe, verificar o álcool em gel, entre tantas outras coisas”, enaltece a gerente de enfermagem, Thamilis Csunderlick.

A mesma opinião é compartilhada pela coordenadora de clínicas, Claudia Dozol Barabas.

“O trabalho dos profissionais de saúde é primordial. Se não tivermos uma organização de escala, de quem vem, de quem pode entrar nas áreas de risco, das rotinas, das barreiras de proteção do colaborador, não temos como trabalhar. Estamos nos organizando, acalmando, orientando. Todos temos famílias e temos medo de passar para eles. Por isso todos se ajudam, para conseguirmos resistir até o final”, garante Claudia.

São sentimentos que unem os profissionais do HSJosé em um único propósito: o de ajudar o próximo e fazer a diferença na luta contra o coronavírus.

“Sentimos medo pelas nossas famílias, mas, todos os dias lutamos, erguemos a cabeça e lutamos pelo coletivo, pelo todo. Precisamos combater esse vírus e temos a certeza que, daqui um tempo, tudo isso vai passar”, garante Thamilis.