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Casal dá receita de como preparar cuca de banana sem glúten e lactose

Por: Elissandro Sutil

26/08/2017 - 15:08

Não é novidade para os moradores do Vale do Itapocu que Corupá é a capital catarinense da banana e a segunda cidade do Brasil com maior produção, atingindo as 155 mil toneladas por ano. Com a posição de destaque, os corupaenses aproveitam para usar a fruta como matéria prima para novos produtos.

Durante o 1ª Concurso de Cucas de Banana, realizado no dia 19, um dos doces chamou a atenção dos jurados por um motivo especial. A receita produzida pelo casal Marlo e Fabiana de Azevedo, da Aromen Alimentos, além de contar com a fruta in natura e a farinha de banana, não contém glúten e lactose. A inovação, aliada ao sabor, foi suficiente para conquistar o primeiro lugar na categoria voltada a empresas.

O casal trabalha com essa linha de produtos desde o início do ano, quando Fabiana percebeu que era intolerante à lactose. Apreciadores da iguaria típica alemã, eles decidiram criar uma cuca que atendesse às necessidades de quem segue uma dieta restritiva ou procura manter uma alimentação mais saudável. Foram 15 dias de testes e seis receitas diferentes até encontrar o ponto perfeito.

“Queríamos que a massa ficasse bem macia e molhada, e não parecida com a de bolos. Seguimos o nosso gosto pessoal também. Antes do concurso, compartilhamos com os vizinhos para ver o que eles achavam, todos aprovaram”, conta Fabiana.

Para o casal, a farinha de banana verde foi o que proporcionou esse toque especial à cuca, com maciez e harmonia entre a massa, as bananas e a farofa. Com a premiação, a receita passou a incluir o cardápio de produtos da empresa e está fazendo sucesso na região. “Fazemos umas 12 encomendas por dia, tanto para quem tem intolerância quanto para quem deseja experimentar pratos diferentes”, observa Azevedo.

Eles destacam que planejam utilizar a farinha de banana para montar outras receitas, como massas de panquecas. Entre os produtos que fabricados pela Aromen, ainda há a torta de banana, bolo de banana com cobertura de chocolate, brownies, pães de queijo, pastéis e biscoitos. Os clientes recebem os pedidos fresquinhos em casa. A cuca de banana vencedora é vendida por R$ 18.

Leia também: Aposentada vencedora de concurso conta segredo da melhor cuca de banana de Corupá

PISTAS PARA O PREPARO

A pedido da equipe de reportagem do OCP, Fabiana passou os ingredientes utilizados na receita, mas manteve em segredo as quantidades e modo de preparo. Confira abaixo:

Ingredientes da massa 

• Fécula de batata

• Polvilho doce

• Farinha de banana verde

• Açúcar demerara

• Óleo de girassol

• Água

• Fermento biológico

Para a farofa 

• Farinha de arroz, amido de filho e fermento químico.

Antes de colocar a farofa, espalhar a banana cortada sobre a massa e acrescentar doce de leite sem lactose. Deixar no forno por cerca de 40 minutos.

PROCESSAMENTO AUXILIA NO DESENVOLVIMENTO DA BANANICULTURA

A diversificação do uso da banana é incentivada pela Associação dos Bananicultores de Corupá (Asbanco). Além da comercialização da fruta in natura, a banana serve como base para cachaça, farinha de banana verde, salgadinho e biomassa. A fibra da bananeira também é extraída para o artesanato e revestimento de móveis.

Segundo a diretora executiva da Asbanco, Eliane Muller, a entidade incentiva o processamento da fruta para fabricação de produtos com o objetivo de aproveitar os 30% de sobra da produção anual. “Esse desperdício ocorre pela seleção na hora da embalagem ou durante a supersafra do verão, quando os estabelecimentos da região não conseguem absorver toda a produção do município”, relata. Por conta disso, o preço do produto acaba ficando mais baixo e atraindo compradores de outros países, como Argentina e Uruguai.  

A confirmação do título de banana mais doce do Brasil pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) também deve fomentar o desenvolvimento da bananicultura na região. Já com a Indicação Geográfica que afirma essa característica da fruta, a Asbanco tem sido procurada por empresas que tem o intuito de expandir ainda mais as funcionalidades da banana.

“Uma empresa do Japão pretende extrair o doce da banana para adoçar os sucos de fruta e substituir o açúcar industrializado. Outra brasileira tem interesse em produzir ketchup com a fruta. Negócios que trabalham com o leite e cosméticos também nos procuraram”, revela a diretora. Com o reconhecimento do Inpi, os empreendimentos que quiserem divulgar seus produtos pelo diferencial de terem a banana mais doce do Brasil no processo de fabricação terão que se instalar na região.

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP