Os mais de 177 funcionários da unidade da Peccin Agro Industrial Ltda, de Jaraguá do Sul, terão suas rescisões contratuais encaminhadas nesta quarta-feira (5). Parte deles deve entrar na Justiça, enquanto outros preferem esperar e têm esperança de que a situação seja provisória e possam em breve retornar ao trabalho. A empresa está interditada desde o dia 17 de março, quando a Operação Carne Fraca foi deflagrada e os sócios-proprietários presos. As demissões, segundo gestores, é uma forma de dar acesso aos funcionários a uma fonte de renda, com possibilidade de saque do FGTS (embora a empresa estivesse atrasada com os depósitos) e do seguro-desemprego, enquanto a situação permanece indefinida. A Polícia Federal considera ter reunido elementos para indiciar, na próxima semana, os 37 alvos da Operação Carne Fraca, por supostos crimes de corrupção, advocacia administrativa e fraudes em fiscalizações federais. Ação vai individualizar os apontamentos de supostos crimes à saúde pública e contra o consumidor. O diretor do frigorífico instalado no bairro Santa Luzia, no município, Normélio Peccin Filho, está entre os investigados e foi preso preventivamente no dia 17, sendo transferido de Joinville para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba no último dia 22. Na semana passada, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinou que fossem retiradas do mercado as carnes produzidas pelo frigorífico Peccin na cidade, com número do SIF 825. Nesse caso, a Senacon informou que o recall era necessário porque uma auditoria do Ministério da Agricultura constatou que a empresa “não detém controle de matéria-prima, formulação e rastreabilidade de seus produtos”.  

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) terminou na semana passada uma auditoria na unidade e deve divulgar o laudo sobre a qualidade do produto e os processos na empresa em menos de 20 dias. O governo já liberou que três dos 21 frigoríficos investigados voltassem a operar normalmente após conclusão dos trabalhos de auditoria. São eles: Argus, de São José dos Pinhais (PR), Breyer, de União da Vitória (PR) e Frigosantos, de Campo Magro (PR). De acordo com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Blairo Maggi, foram recolhidas, em supermercados de 22 Estados, 174 amostras de carne produzida pelos 21 frigoríficos investigados na operação. Dessas 174, informou Maggi, os laudos de 12 não indicaram risco para o consumo. O resultado das demais 162 ainda não é conhecido. Estes 12 laudos cujos resultados foram positivos referem-se a alimentos produzidos nas unidades de Curitiba e Jaraguá do Sul do Peccin. As unidades são investigadas por utilização de carne estragada em salsicha e linguiça, utilização de carne mecanicamente separada acima do permitido, uso de aditivos acima do limite ou de aditivos proibidos. Em nota oficial, a empresa afirma que os órgãos competentes saberão discernir a efetiva veracidade das que são alegadas e conclama pela paciência e serenidade da sociedade para o esclarecimento dos fatos verdadeiros.