Canarinho ameaça corte de linhas após reajuste de 8,33%

Por: OCP News Jaraguá do Sul

09/01/2016 - 07:01 - Atualizada em: 13/01/2016 - 08:58

 

Passa a valer a partir de domingo os novos valores para as tarifas de ônibus em Jaraguá do Sul. A passagem antecipada passa de R$ 3,35 para R$ 3,65 e a embarcada aumenta de R$ 3,65 para R$ 3,90. Os valores sofreram reajuste de 8,33%, estipulado após avaliação de uma comissão da Diretoria de Trânsito do município.

A concessionária do transporte coletivo, a Viação Canarinho, havia solicitado 11,88% de incremento na tarifa e afirma que o serviço poderá sofrer cortes para haver equilíbrio financeiro. “Teremos que fazer estudo das vias e horários para ver a possibilidade de fazer intervenções e tentar reduzir. Seguramente pode haver algum corte de linha e quilometragem”, afirma o diretor da empresa, Décio Bogo, insatisfeito com o percentual decretado pela Prefeitura.

Segundo o secretário de Urbanismo, Ronis Bosse, mesmo com a diferença entre os índices, a Canarinho tem obrigatoriamente que seguir com os itinerários. “Eles não podem fazer isso [cortar linhas], tem que cumprir as obrigações. Nosso objetivo era não aumentar a passagem ao usuário, mas em função do contexto econômico foi inevitável um aumento”, aponta.

O índice aprovado pela administração municipal, segundo Bosse, é reflexo da inflação entre março – mês em que aconteceu o último reajuste, de 10% – e dezembro de 2015, que teria ficado na casa dos 8%. Os outros 0,33% foram acrescentamos para arredondar os valores e facilitar o troco.

Concessionária alega prejuízo de R$ 73 mi

Em setembro do ano passado, a empresa Canarinho solicitou à Prefeitura um reequilíbrio financeiro de R$ 73 milhões alegando prejuízos em dez anos de contrato. Entre os fatores que incidiram sobre o valor, aponta a empresa, estão a falta de revisão tarifária e a instabilidade na demanda de passageiros. Na época, o gerente de tráfego da concessionária, Rubens Missfeldt também citou os reajustes decretados pela administração abaixo da tarifa técnica.

Bosse afirma que ainda não houve entendimento sobre o pedido de ressarcimento e que, possivelmente, o processo deverá ser colocado nas mãos de um perito especializado ou seguir para vias judiciais. “A Prefeitura entende que esse pedido é indevido, a empresa diz que é devido, e fica esse impasse”, finaliza.