
Entidade em Jaraguá do Sul atende 84 alunos, tem equipe com 16 profissionais e rede com 100 pessoas voluntárias
Diretora há 11 anos da AMA, Tania Krause observa que é preciso ser objetivo na comunicação com o autista. “O apoio dos pais é fundamental para que se desenvolvam”, reforça. Os grupos de pais buscam apoio mútuo na superação das angústias, interagindo para aprimorar conhecimentos. “Existe um choque inicial, mas isso é trabalhado. Nas creches, as educadoras são orientadas a identificar o autismo para se trabalhar de forma precoce”, assinala.
A psicóloga Lenira Menel, que atuou na AMA de 1999 a 2002, referenda o esforço dos primeiros tempos da instituição, criada por pais de três autistas que levantaram a bandeira dos direitos e buscavam suporte para criar os filhos com qualidade de vida. “Tem o aspecto genético, mas cada criança é um indivíduo único”, resume. Um dos fatores fundamentais para a consolidação da AMA, segundo ela, foi o apoio que sempre recebeu da comunidade na manutenção da infraestrutura de atendimento. Atualmente, a AMA atende 84 alunos, conta com mais 35 em avaliação, equipe multidisciplinar de 16 profissionais e possui uma rede de 100 voluntários. Treinão neste domingo No mês que tem a cor azul como símbolo da campanha, a AMA de Jaraguá do Sul promove neste domingo, na Praça Angelo Piazera, o 4º Treinão Solidário. O evento começa a partir das 9h. No local haverá distribuição de fôlderes, venda de camisetas, atividades recreativas, corrida, caminhadas e pedalada com o grupo Bike Anjo pelas ruas centrais. No dia 10 de abril, às 10h, o Clube Atlético Baependi sedia a Mostra Uma Noiva, e, no dia 13, o 13º Happy Hour, com ingressos a R$ 60. Mais informações no (47) 3370-1555 e na página “AMA Jaraguá do Sul” do Facebook.
Bryan Jahn Pedro tem características de inventor e é autoconfiante

Equipe de voluntários da AMA trabalha na confecção de cartões com papel reciclado
Voluntários na produção de cartões A professora aposentada Miriam Antelo, 66 anos, há 12 preenche a vida coordenando os trabalhos de confecção de cartões de papel reciclado, atividade que garante parte dos subsídios necessários para manter a AMA. São diversas turmas de voluntários que se revezam durante a semana para a fabricação artesanal do papel machê, criação dos modelos, corte e colagem até o produto final. “Produzimos em torno de 5 mil cartões por mês para grandes empresas”, conta. A produção é focada nas datas comemorativas, como aniversários, Natal e Páscoa. O excedente é comercializado na sede, na Rua Gustavo Friedeman, 134, Vila Lalau, e em mais lojas parceiras. “Quando não venho, parece que falta um pedaço. É muito gratificante saber que estou contribuindo”, resume Mirim, que durante décadas atuou como educadora infantil. Orgulho de ser autista Seguro e autoconfiante, Bryan Jahn Pedro, 12 anos, se comunica de forma direta e tem perfil de inventor. Estuda no 7º ano da Escola Emílio da Silva, em Schroeder, e às segundas e quartas-feiras frequenta a AMA. Enquanto cola as peças do quebra-cabeça colorido no papel, diz que quer construir coisas novas com sucatas. Descolado, oferece ajuda aos colegas sobre a atividade monitorada pela professora Cristina. “Inventei motinha com rolamento de madeira. Só tive ajuda para fazer o eixo. Quero ser engenheiro eletricista”, revela. Sobre o autismo, frisa: “Tenho orgulho de ser autista. Einstein era, Messi é, só gente importante.” Vítor Borges Gabilheri, 12 anos, amigo de Bryan, não fica para trás. “Sou o mais popular aqui da AMA. Gosto de jogar bola, videogame. Geralmente ganho, porque sou ‘velho’ em videogame e já zerei vários jogos”, assegura ele, aluno do 7º ano da Escola Alberto Bauer. Tímida e delicada, Luanda Rafaela Martini, 13 anos, sorri, receptiva. Diz que gosta de desenhar e pintar na AMA, além das aulas de balé clássico na SCAR. “Vou me apresentar em maio”, salienta. A pedagoga Cristiane Castro, 32, confirma que os cinco alunos da turma interagem bem, apesar da dificuldade comportamental. “Aqui se trabalha bastante a tolerância, de se colocar no lugar do outro, pela tendência ao individualismo”, observa.