Após morte de adolescente, ciclistas protestam na Avenida Centenário

Por: OCP News Criciúma

23/06/2020 - 20:06 - Atualizada em: 23/06/2020 - 21:02

Após a morte do adolescente Mateus Gavilan Fernandes, de 13 anos, atropelado por um ônibus depois de se desequilibrar, de bicicleta, no canteiro central, um grupo de ciclistas realiza, neste momento, um protesto no mesmo local da tragédia.

A fatalidade ocorreu no final da tarde desta terça-feira na Avenida Centenário, na área central, sentido Pinheirinho.

A vítima voltava do Parque das Nações com um amigo, de 15 anos, e se deslocava para casa, no bairro Operária Nova.

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Colocando as bicicletas em cima da faixa de ônibus, como forma de luto e protesto, os ciclistas pediram agilidade na construção de uma ciclovia.

A faixa exclusiva para ônibus e veículos de emergência, e o canteiro central, acabam sendo alternativas para o meio de transporte, bastante usado na cidade, principalmente por trabalhadores.

“Infelizmente precisa acontecer uma tragédia para o poder público começar a olhar para isso. Uma cidade do porte de Criciúma, com a quantidade de ciclistas, não ter uma ciclovia, é um absurdo, uma vergonha. Estamos sempre com medo e nunca sabemos se vamos chegar bem em casa. Bicicleta é meio de transporte, é saúde, é respeito ao meio ambiente. Estamos todos de luto”, lamentou o ciclista e vendedor, Emerson Fernandes.

Projeto

O Município já possui um projeto, que seria atualizado e, em seguida, levado às autoridades para captação de recursos.

Segundo um dos organizadores do pedido de ciclovia, Luciano Bif, a luta vem desde o ano passado, já há uma comissão organizadora, mas os ciclistas acreditam que vá demorar ainda para o projeto se tornar realidade.

“Vamos às rádios, imploramos ao prefeito para mexer nesse projeto da ciclovia que, aliás, já existe um projeto há muitos anos e está parado. Entra governo e sai governo, entra governante, sai governante, entra vereador e sai vereadores, e ninguém se mexe”, lamentou.

Houve uma reunião neste ano, inclusive a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) se colocou à disposição para auxiliar no projeto, fazendo ou renovando o mesmo já existente, mas com a questão da pandemia, mais uma vez, o assunto estagnou.

“Eu, lamentavelmente, não vejo ânimo por parte dos governantes de Criciúma em mexer com isso (ciclovia) e infelizmente é aquela velha frase: tem que morrer alguém, para o pessoal se mexer. Estamos bem chateados com tudo isso”, desabafou Luciano.

Conforme ele, muitos motoristas, não só os de ônibus, não respeitam os ciclistas.

“Este foi um manifesto totalmente pacífico. Algumas pessoas podem pensar que foi contra o motorista, mas todos os ciclistas são unânimes de que, neste caso, ele não teve culpa. Tudo leva a crer que foi uma fatalidade. Mas, infelizmente, presenciamos muitas atitudes de falta de respeito por parte de motoristas”, concluiu.


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