Estar rodeado por pessoas queridas, boa música e dançar sem ter hora para acabar. Essas são algumas das coisas que alegram e que contribuíram para que Antônio Arnoldo Schmitt chegasse ao centenário. O jaraguaense completou idade nova no último dia 16, mas nem de longe aparenta ter 100 anos, além de demonstrar vontade para chegar ainda mais longe.
Figura conhecida no Centro da cidade, ele vai ao mercado sempre, adora apreciar o movimento em frente à sua casa, conversar com os conhecidos e diz não ter segredo para a longevidade. “O negócio é se divertir. Eu sempre estou disposto a qualquer coisa de aventura e diversão”, afirma. Também não perde um encontro no Clube dos Idosos Zelia Schmitt Hafermann – grupo que leva o nome de sua irmã – ou passeios com os amigos, pois gosta de se manter ativo. “Enquanto eu puder caminhar, acho que posso chegar aos 120 anos”, brinca.
O bom humor, inclusive, é uma das principais características do idoso. Basta cinco minutos de conversa para ele relembrar os causos do passado. Elas vão dos tempos em que ia de carroça para Corupá buscar couro – o curtume da família é uma das empresas mais antigas da cidade – ou então dos dias indo a pé para a escola – e se oferecer para pegar o bandoneon ou a harmônica para fazer um som. “Se a vida fosse melhor, acho que eu nem aguentaria de tão bom”, estima. Ao longo de sua vida, Antonio acompanhou todo o desenvolvimento de Jaraguá do Sul e diz se sentir honrado e feliz por isso.
Ele admite sentir falta de algumas coisas do passado, mas procura viver felicidades diferentes a cada dia. “Dá saudade do tempo antigo que passou, mas hoje em dia também tem coisas boas que a modernidade trouxe, como cada vez mais divertimento”, diz ele, que não dispensa uma tarde dançante. “Acho que vivo tanto porque muitas pessoas gostam de mim e eu gosto delas. Isso faz bem”, estima.
Uma vida ativa que faz com que
ele se sinta um “garoto” de 70 anos
Diferentemente de muitos idosos, seu Schmitt, como é conhecido, esbanja boa saúde. Nada de diabetes, colesterol, nem dor de cabeça. “As pessoas sempre reclamam dessas coisas, eu não tomo nenhum remédio. Sinto como se eu tivesse uns 70 anos ainda”, conta. Para manter a saúde, come de tudo – de salada a um bom prato de arroz e feijão – e caminha quase todos os dias.
A genética da família também pode ser um fator que contribuiu nessa longa jornada. Há dois meses, ele estampou reportagem nos veículos da Rede OCP ao lado da irmã, Maria Schmitt Gascho, que está prestes a completar 101 anos. Os dois se encontram pelo menos uma vez por semana para relembrar histórias. As fotos costumam ajudar quando a memória falha.
Antônio nasceu em Jaraguá do Sul e foi aqui que se casou com Maria Madalena Schmitz, já falecida, com quem teve sete filhos. Hoje, ele conta com uma família formada ainda por genros, noras, 14 netos, 17 bisnetos e um trineto.
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