Por Heloísa Jahn | Foto Eduardo Montecino
O entra e sai de um ônibus para outro, os carros circulando a todo o momento e os pedestres apressados para cumprir suas tarefas. O entorno do Terminal Urbano de Jaraguá do Sul, desde sua inauguração há 73 anos, quando ainda era terminal rodoviário, é palco para a agitação do centro da cidade. No início, uma movimentação mais tímida. Porém, hoje a correria é constante. Considerado um patrimônio histórico, o terminal é um símbolo arquitetônico do desenvolvimento da cidade. Afinal de contas, é pelo local que chegam pessoas de diversas localidades para trabalhar ou apenas passear.
Criada inicialmente para ser a rodoviária do município e já tendo abrigado o Museu do Expedicionário, o terminal é um ponto de encontro de pessoas e histórias. Foi inaugurado em outubro de 1944 para abrigar o transporte municipal e intermunicipal, conforme lembra a historiadora Silvia Kitta. “Permaneceu assim até 1992 quando o novo prédio da rodoviária foi inaugurado na Vila Lalau.
Nesse ano foi feita uma lei passando o prédio para o para o Museu Expedicionário, lei ainda em vigor, e em 1997 foi cedido o espaço para o uso do transporte municipal”, conta. No ano em que se transformou em museu, o prédio passou por um processo de restauro.
A historiadora Silvia Kitta reforça a importância desse imóvel para a história do município. “Principalmente por ser um espaço de convivência de pessoas que vinham e saiam do município. A própria arquitetura do prédio representa uma época, ainda de guerra mundial e de situações políticas complicadas, e guarda esse formato até hoje”, diz. Segundo o setor de patrimônio histórico, a estrutura foi construída em alvenaria autoportante em tijolos e traz aspectos da arquitetura art-decô.
O prédio é formado por uma grande plataforma na frente, outra nos fundos – onde os passageiros esperam pelo ônibus –, duas salas comerciais, uma com lanchonete e outra com uma lojinha, e um guichê de atendimento da concessionária de transporte coletivo, a Canarinho.
Imóvel faz parte do Centro Histórico
Silvia recorda que antigamente, além do terminal rodoviário, o espaço abrigava um bar e a praça ao lado contava com um coreto – estrutura erguida antigamente em praças ou jardins públicos. “As pessoas iam lá mesmo que não pegariam o ônibus, iam para conversar.
O terminal formava um conjunto com a ferroviária, que ficava do outro lado da rua, e ali se tornava um grande espaço de convivência jaraguaense”, lembra. O próprio alargamento da rua Getúlio Vargas se deu para receber o terminal que necessitava de mais espaço.
Para a historiadora, preservação desse imóvel é fundamental. “Esse prédio merece uma ressignificação do que representa para o município, um cuidado muito maior do que se tem hoje. Antigamente, ali era um ponto de encontro, um espaço de sociabilidade que não se vê muito hoje em dia”, lamenta. O imóvel faz parte do Centro Histórico de Jaraguá do Sul que reúne diversas edificações e monumentos: a Estação Ferroviária, Mercado Público Municipal, Edifício dos Correios e Praça do Expedicionário.