Imagine 4,8 mil túmulos, um ao lado do outro. Agora multiplique esses 4,8 mil túmulos pela média de dois vasos. Realmente não são poucos os recipientes propícios para o mosquito da dengue se proliferar nas duas áreas de cemitério do Centro de Jaraguá do Sul, na Rua Procópio Gomes de Oliveira.

Mesmo assim, até três semanas atrás, ainda não havia notificação de focos do Aedes aegypti no local. Depois de uma verificação periódica e análise laboratorial da Vigilância Epidemiológica, foram detectados quatro focos no local, pela primeira vez, desde o início do monitoramento.

Isso deixou a Secretaria de Saúde em alerta máximo para essa situação. Ter focos desse mosquito em um ambiente cheio de vasos, pratinhos, plásticos, lápides quebradas é um perigo iminente, ressalta o diretor de Vigilância em Saúde, Dalton Fischer.

Para combater o mosquito, na manhã desta terça-feira (29), a equipe de endemias da Secretaria de Saúde, formada por 16 agentes, junto com a equipe de Patrimônio da Prefeitura, com mais sete agentes, realizaram um “arrastão” nos dois lados do cemitério do Centro - o lado conhecido como “católico”, próximo ao Rio Itapocu, e o conhecido como “luterano”, próximo ao Lar das Flores.

Esse arrastão verificou todos os possíveis acumuladores de água presentes nos túmulos, como vasos de plantas, fixos e móveis, pratinhos embaixo de vasos (que nunca deveriam ser deixados nesse local), papéis celofane envolvendo flores, latas e lápides quebradas. Tudo foi checado pelas equipes e, dentro do possível, os recipientes que acumulavam água foram eliminados.

O gerente de Fiscalização de Bens Públicos, Guilherme Minel, relata que os avisos, as placas e orientações não são respeitados pela maioria dos familiares que cuidam da manutenção dos túmulos.

“Agora não há mais tempo para orientação. Se deixarmos os vasos acumulando água teremos milhares de focos do mosquito aqui no cemitério, em poucos dias. A orientação é a mesma de sempre: não deixar vasos que acumulem água, eles devem ter furos para drenar a água, não deixar pratinhos embaixo dos vasos, não trazer flores envoltas em plástico ou papel celofane, eles devem ser retirados, túmulos com vasos fixos precisam ter drenagem ou devem ser retirados”, orienta Minel.

Ele adianta que o mesmo arrastão desta terça será feito nos outros seis cemitérios públicos de Jaraguá nas próximas semanas, sendo eles da Vila Lenzi, Chico de Paulo, Rau, Jaraguá 99, Nereu Ramos e Czerniewicz.

Foto: Divulgação/PMJS

Foto: Divulgação/PMJS

Foto: Divulgação/PMJS

A agente de endemias Maria Madalena Bernardini, há quatro anos combatendo o mosquito da dengue no município, destaca que é necessária a colaboração das famílias para que o problema da dengue não se prolifere de maneira descontrolada. Ao realizar o trabalho de “arrastão” na manhã desta terça, Maria se deparou com buracos em lápides, vasos sem drenagem, lâminas de água até nas britas que são depositadas dentro dos vasos.

“Essa pequena lâmina de água basta para que os ovos do mosquito fêmea tenham um ambiente propício para se desenvolver e eclodir. O cuidado de todos deve ser redobrado agora que encontramos quatro focos do Aedes aqui”, alerta a agente.

Orientação

NÃO leve ao cemitério:

-Vaso sem drenagem para a água (sem furos embaixo)
-Flores com papel celofane (elimine o papel celofane)
-Pratinhos embaixo de vasos
-Evite vasos fixos que não tenham drenagem para a água
-Se a lápide do túmulo estiver danificada, providencie o conserto
-Faça manutenção periódica do túmulo do seu familiar