Ações para melhorar a mobilidade urbana são debatidas

Geral
terça-feira, 04:00 - 28/06/2016

O poder público municipal realizou na noite de ontem (27) a audiência pública para apresentação do diagnóstico e das propostas que integram o Plano de Mobilidade e Transporte Público Coletivo. Cerca de 70 pessoas participaram do evento, entre gestores, servidores públicos e a comunidade, para conhecer e opinar sobre as diretrizes que irão guiar as ações de mobilidade nos próximos anos. Prevista em lei, a elaboração do plano tem como objetivo tornar a locomoção urbana mais eficiente e de qualidade.
De acordo com o presidente do Instituto Jourdan e do Grupo Gestor do Plano de Transporte Público Coletivo e Mobilidade, Ronaldo Lima, além do esforço técnico, o plano exige uma mudança de cultura na forma de utilização e locomoção pelo espaço urbano. Segundo ele, o documento traz tanto ações de simples resolução, como o readequação da rede de semáforos e a implantação de terceira via, quanto projetos em longo prazo, como a construção de elevados e viadutos.
“Considerando o contexto atual e a ausência de recursos para grandes investimentos, iremos focar a atenção nas ações possíveis em curto e médio prazo, de forma a trazer resultados com mais rapidez”, comenta. Dentre as propostas de maior relevância, Lima destaca uma redução significativa no número de itinerários utilizados pelo transporte público coletivo.
“Propusemos diminuir de 563 para 70 o número de itinerários. Hoje o deslocamento é totalmente desordenado, com ônibus passando muitas vezes em ruas vizinhas para pegar poucas pessoas. Refizemos isso da maneira mais eficiente possível, cobrindo todo o território, principalmente a área urbana, sem prejuízo de qualidade e tempo de deslocamento. Assim é possível aumentar a freqüência dos ônibus e dar mais confiabilidade aos horários”, avalia.
Para a arquiteta Alessandra Prudenciati, que participou da audiência, além de se tratar de uma questão de interesse geral, a participação da comunidade gera mais comprometimento do poder público. “Quando as pessoas se envolvem, elas podem cobrar que seja feito, porque elas entendem o que foi decidido. Às vezes a falta de participação faz com que a ideia não saia do papel”, opina.
Segundo a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Sandra Rodrigues, que marcou presença no evento com um grupo de integrantes da instituição, é preciso acompanhar os debates de forma a garantir que todos os aspectos de interesse da população sejam abordados. “Vejo que as pessoas estão se interessando mais por isso, mas temos que participar cada vez mais”, diz.
Durante a audiência, o prefeito Dieter Janssen salientou que o estudo traz uma série de informações detalhadas sobre aspectos que muitas vezes passam desapercebidos, dando subsídios concretos para a construção de ações efetivas. “Temos que buscar tirar um pouco o foco dos veículos individuais e trazer a tona os benefícios de outros meios de transporte, especialmente o coletivo”, ressaltou.
Na segunda quinzena de julho, a Prefeitura deverá realizar também uma audiência pública para discussão do Plano de Transporte Público Coletivo, a fim de apresentar as diretrizes que dizem respeito ao edital de concessão do transporte público. Por enquanto, a data da audiência ainda não foi confirmada.
MOBILIDADE PARA O FUTURO
CONHEÇA ALGUMAS DAS PROPOSTAS APRESENTADAS PELO INSTITUTO JOURDAN E PELA EMPRESA UBITEC, RESPONSÁVEL PELA CONFECÇÃO DO PLANO
• DIMINUIÇÃO DE 563 PARA 70 NO NÚMERO DE ITINERÁRIOS PARA O TRANSPORTE COLETIVO NA CIDADE. Objetivo é criar um deslocamento mais estratégico, de forma a garantir a cobertura de todo o território de forma eficiente, com qualidade e mais confiabilidade nos horários.
• REAJUSTE NO VALOR DA TARIFA tornando-a mais acessível e promovendo a integração entre áreas. Por enquanto, ainda não há um estudo a respeito de qual seria a tarifa ideal para o município. O dado deve ser apresentado durante a audiência exclusiva para o transporte público, em julho.
• CRIAÇÃO DE UMA EQUIPE OU PASTA PARA A GESTÃO DO SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO que possibilite a centralização das informações junto ao poder público. Desta forma, a gestão municipal terá mais condições de monitor e corrigir possíveis distorções na dinâmica do transporte público.
• DEFINIÇÃO DE NOVOS PADRÕES PARA AS CALÇADAS de forma a oferecer mais acessibilidade e ampliar as rotas de caminhabilidade. O projeto prevê inclusive a criação de ilhas de convivência e a ampliação da área das calçadas, ocupando espaços hoje utilizados como estacionamento.
• CONSTRUÇÃO DE EXTENSÕES DA CICLOVIA que irão ligar as ciclovias e ciclofaixas existentes, gerando um sistema mais
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