O serviço mantido pela Prefeitura de Palhoça para acolher pessoas em situação de rua neste período de pandemia tem gerado frutos preciosos. A reinserção no mercado de trabalho e o reencontro com a família são algumas das ações costuradas ao longo do trabalho liderado pela Secretaria de Assistência Social.
O abrigo foi organizado em março, provisoriamente, no Ginásio de Esportes João Ivo Martins, o Caranguejão. Atualmente, os cidadãos em situação de rua são acolhidos no Centro de Convivência do Idoso, no Caminho Novo. A estrutura é muito limpa e organizada. No local, eles recebem refeições, podem tomar banho, lavar suas roupas e repousar.

Abrigo para pessoas em situação de rua em Palhoça | Foto Divulgação/PMP

Abrigo para pessoas em situação de rua em Palhoça | Foto Divulgação/PMP
Material de higiene pessoal
São disponibilizados materiais para higiene pessoal (água, sabão e álcool em gel) e banho (chuveiro, sabonete e toalhas). Para o pernoite, colchões individuais, com distanciamento de segurança. As roupas de cama são lavadas todos os dias, assim como as vestes dos acolhidos. Muitos chegam apenas com a roupa do corpo e recebem peças doadas.
A estrutura de pernoite foi organizada em ala masculina e a ala feminina. Quando os acolhidos chegam, geralmente no início da noite, recebem uma primeira refeição – um café com bolachas ou torrada. Depois, tomam banho e mais tarde recebem o jantar. Os acolhidos são servidos por um monitor e cada um come em sua própria mesinha, para manter o distanciamento social. Ao acordar, recebem o café da manhã, com direito a pães e bolachas.
O abrigo recebe em torno de 20 a 30 usuários por dia. “Nossa missão é assistir todos os munícipes, e procuramos oferecer um serviço de qualidade às pessoas em situação de rua, que estão ainda mais vulneráveis neste período de pandemia”, afirma a secretária de Assistência Social, Rosângela Campos.
Aqueles que apresentam sintomas são encaminhados para atendimento na Secretaria de Saúde – até aqui, nenhum dos acolhidos foi diagnosticado com a Covid-19.

Abrigo para pessoas em situação de rua em Palhoça | Foto Divulgação/PMP
Visão humanizada
Os cuidados oferecidos pela equipe da Prefeitura vão além da alimentação e da higiene. O atendimento é baseado em uma visão humanizada. No acompanhamento realizado pela Secretaria de Assistência Social, é feito um cadastro, com nome, contato de parentes e outras informações particulares. Os servidores fazem uma conversa com os cadastrados, para entender por que aqueles seres humanos estão vivendo nas ruas, e não em um lar estruturado.
A partir das informações colhidas, vêm os encaminhamentos, como a busca pelo acolhimento junto à própria família, por exemplo. Entre os cadastrados, há muita gente de fora do município. Havendo o interesse em retornar à cidade de origem, a Assistência Social pode lançar mão do benefício eventual, com a compra da passagem para o retorno à terra natal, tudo sob o acompanhamento de uma equipe especializada em abordagem social.

Abrigo para pessoas em situação de rua em Palhoça | Foto Divulgação/PMP
Recentemente, com a intermediação da Prefeitura, uma senhora que estava acolhida no abrigo reencontrou familiares, que se disponibilizaram a recebê-la novamente.
Outra possibilidade é a reinserção destas pessoas em situação de rua no mercado de trabalho. Atualmente, no abrigo, existem dois casos em que os cidadãos conseguiram arrumar um emprego e estão trabalhando. “Com roupa limpa e banho tomado, é mais fácil conquistar uma vaga no mercado de trabalho”, comenta a pedagoga e servidora municipal Jucélia Schneider.
Dependendo da necessidade, também podem ser feitos encaminhamentos para atendimento especializado de algum acolhido no Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
Receba as notícias do OCP no seu aplicativo de mensagens favorito: