A poesia tomou conta da escola Profª Gertrudes Milbratz

Em voz alta para uma pequena plateia, sozinho em algum canto ou em dupla. Acompanhado por gestos, caras e bocas ou de maneira mais tímida, concentrado para não esquecer a fala. Essas cenas são protagonizadas por alunos e se repetem com frequência durante o recreio na Escola Professora Gertrudes Steilein Milbratz, no bairro Rio da Luz. Cultivando o hábito da leitura, os jovens estudantes desenvolveram o gosto por declamar poesias e contagiam o ambiente escolar com isso.

A preparação para o Concurso de Declamação da escola, que ocorre no dia 14 e selecionará representantes para o concurso municipal, envolve todo o corpo estudantil. A auxiliar de biblioteca e uma das organizadoras do concurso, Edilene Malheiro, explica que os estudantes conseguiram “contaminar” toda a escola com as poesias. “É lindo. Eles sozinhos se organizam para ensaiar e ao verem os amigos fazendo isso, outras crianças se sentiram interessadas e foram procurar mais sobre poesias”, conta. Ela diz que os alunos foram apresentados às poesias e têm a biblioteca à disposição para fazer pesquisas. Desta forma, livre, eles mesmos escolheram os textos e os autores que iriam declamar.

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Aluna Giovana Amorim Mariano tem responsabilidade dupla
já que além de declamar é autora do poema escolhido

Engana-se quem pensa que isso é apenas um passatempo para eles. É com muita seriedade que cada um dos estudantes interpreta a poesia e os ensaios, segundo eles mesmos, contribuem para alcançar o êxito. “Esse momento é muito bom porque a gente se esforça para mostrar para os amigos, treina a postura e consegue se preparar”, diz o aluno Arthur Hoengen, de 12 anos. Ele é um frequentador assíduo da biblioteca e só vê vantagens nas poesias. “Ajuda para melhorar o vocabulário e declamar treina a memória”, enfatiza.

Entre poetas consagrados, tanto regionais, nacionais quanto internacionais, uma produção autoral se destaca. Aos 14 anos, a aluna Giovana Amorim Mariano, do sétimo ano, resolveu transformar uma crônica de sua autoria em poesia. Assim, deu vida a Cidades Muradas. “Gosto muito de escrever e já tinha alguns textos prontos, por isso fiz a adaptação. A minha poesia é uma crítica à sociedade e através da declamação, da entonação e da maneira como apresento o texto, consigo passar tudo o que escrevi para as pessoas”, afirma.

Alunos como ela são exemplo para os menores que também querem ser declamadores. Como é o caso de Luan Alves, seis anos. Ele já tem duas medalhas por participações em concursos anteriores e agora vai em busca da terceira. Para isso, escolheu o poema “Paraíso”, de José Paulo Paes. “Gosto muito dela”, diz.