Após um 2016 turbulento, Marcio Haffemann assumiu o desafio de presidir o Jaraguá Futsal a partir da atual temporada. Pegou um clube enfraquecido, com o acúmulo de quase R$ 1 milhão de dívidas contraídas por gestões anteriores. Apesar das dificuldades, o presidente e demais dirigentes deram início a uma reconstrução, passando por todos os setores e com o objetivo de fazer o time jaraguaense respirar ares mais tranquilos, principalmente no aspecto financeiro. Com o 2017 prestes a terminar, o mandatário concedeu uma entrevista ao jornal O Correio do Povo, na tarde de sexta-feira (22), e avaliou o ano de forma positiva. Não é para menos. Mesmo com uma folha mensal de apenas R$ 53 mil, considerada baixa em comparação a maioria das equipes no país, o aurinegro fecha a temporada com cerca de R$ 290 mil de dívidas pagas e com as contas em dia. Dentro de quadra, o desempenho na reta final de certa forma decepcionou, após uma boa largada na primeira fase da Liga Nacional com um 5º lugar geral e no Estadual com a 2ª colocação, mas posteriormente caindo respectivamente nas oitavas de final e semifinal das competições, além de uma precoce eliminação nas quartas de final do JASC. Porém, segundo Haffemann, se colocar na balança os resultados em campeonatos e o envolvimento de todo elenco e diretoria com os fatores extra-quadra, o clube se despede do ano com o sentimento de dever cumprido. “Fora de quadra, o clube vem numa crescente muito boa e de recuperação da credibilidade. Como torcedor, sempre esperamos um pouco mais do time dentro de quadra por toda sua tradição. Foi um ano atípico e pouco abaixo do que esperávamos para o Jaraguá Futsal nos campeonatos, mas nessa mesma época no ano passado, o time estava acabando. Então se fizer um geral de tudo isso, acredito que foi um 2017 muito satisfatório”, disse. Durante a conversa, o presidente do aurinegro ainda tratou de vários assuntos, como a montagem do elenco para 2018, perfil de atletas procurados, patrocinadores, novo técnico e uma projeção para o ano que vem. Confira a entrevista completa com Marcio Haffemann. - Mesmo com a reconstrução do clube extra-quadra, o torcedor do Jaraguá é acostumado a títulos e sempre há uma cobrança em relação a isso. O que faltou para equipe levantar uma taça em 2017? O torcedor entende que foi um momento de reconstrução. Mas assim como eu torço para o clube, todos querem saber de título e não se as contas estão em dia ou estamos pagando dívidas. Eu acredito que o determinante para esse baixo rendimento foi a preparação. Começamos a treinar só em março e montamos um elenco com muitos jogadores que já chegaram com muitos jogos realizados no início do ano. Isso dá um desgaste até pela idade elevada de alguns atletas do grupo. - Esquecendo um pouco os resultados, qual foi o diferencial para diretoria iniciar uma boa reconstrução do clube, com o pagamento de dívidas e deixando os salários do atual elenco em dia? A palavra-chave, desde que assumi a gestão com o Francis (vice-presidente) e os demais diretores, é a transparência. Hoje, qualquer torcedor ou empresário que queira investir no clube, pode ir na Arena Jaraguá que as contas estão abertas para que todos possam ver. Isso não existia e é muito importante para recuperação da credibilidade junto a comunidade. - Até o momento, já foram onze reforços anunciados e quatro integrantes do atual elenco que renovaram contrato. Qual perfil de atletas que vocês buscaram para 2018 e o grupo deve ser fechado com quantos jogadores? É difícil montar um time tendo ainda muita dívida para pagar. Temos uma parte do orçamento para pagamento desses dividendos e outro limitado para contratações. Trouxemos algumas apostas do interior de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, mesclando com alguns jogadores mais experientes que já tem uma identidade com o clube, como Diego Menezes, Vitor Hugo, Poletto e Pett. Ainda estamos analisando um ou dois nomes para fechar um elenco com 17, 18 jogadores. - Do grupo de 2017, o ala Oitomeia e o pivô Keko ainda estavam em negociação. Qual a atual situação destes atletas? Renovamos hoje (sexta-feira) com o Oitomeia. Foi um jogador importante pro clube no ano e tem uma identificação enorme com a torcida. Então, ele segue para 2018. O Keko tem boa proposta do Pato (PR) e dificilmente fica. - Com relação aos patrocinadores, quais estão fechados para o ano que vem e quantos ainda estão em tratativas? Estamos fechados com o Mime, jornal O Correio do Povo, Rancho Bom Supermercados, VêMais e Magnus. Temos ainda três, quatro apalavrados e bem encaminhados. Devemos fazer o anúncio na próxima semana ou início de janeiro. - Estamos no fim de semana de Natal. O novo técnico pode ser um presente para o torcedor? Temos dois nomes que estamos negociando e consultamos ambos para trazer esses jogadores que estamos anunciando. Queria dar esse presente para a torcida antes do Natal, mas vai ficar para próxima semana ou início de janeiro. Faltam detalhes e só vamos anunciar quando estiver tudo definido. - Quando inicia a pré-temporada e o clube pretende disputar alguma competição? A nossa ideia é se apresentar no dia 22 de janeiro. Não iremos disputar nenhuma competição, mas pode ter um Grand Prix em Blumenau, com quatro ou cinco seleções entre final de janeiro e início de fevereiro. Estamos tentando alinhar um amistoso com alguma seleção, na Arena Jaraguá. Seria fantástico receber uma seleção aqui e a renda do jogo nos ajudaria bastante logo no início do ano. - Qual a projeção da diretoria e o que o torcedor pode esperar para temporada 2018? O objetivo sempre é título. Quando se fala em Jaraguá Futsal tudo se arremete a conquistas por toda sua tradição. Confiamos no elenco e no treinador que vier para o projeto. Esperamos que o torcedor continue nos apoiando, sabendo que é uma reconstrução que leva tempo para acontecer por tudo que passamos. Mudar uma imagem do clube que estava bem afetada e transformar isso em positividade demora um tempo. Mas o torcedor pode acreditar no Jaraguá Futsal e nas pessoas que estão dirigindo o clube. Em janeiro, devemos lançar um novo sócio-torcedor, onde podem nos apoiar muito. Se tivermos mil sócios a R$ 20, o torcedor vira um patrocinador máster. Que o torcedor abrace a causa, porque esperamos fazer uma bela campanha nas competições. 2018 vai ser mais um passo da reconstrução.