Que Simone Ponte Ferraz almejar estar nas Olimpíadas de Tóquio 2021, quase todo mundo já sabe.
Mas restando pouco mais de dois meses para o início dos Jogos, fica a pergunta: o que falta para a corredora de Jaraguá do Sul carimbar sua classificação?
E só existe uma resposta para tal questionamento. A única forma da jaraguaense disputar o maior evento poliesportivo mundial é através de uma convocação da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Para quem ainda não tem vaga assegurada, como Simone, a entidade fará duas análises: o índice A, que é a marca, ou pelos pontos do ranking da World Athletics, antiga Associação Internacional de Federações de Atletismo, que gere a modalidade a nível mundial.
Como a maioria dos atletas serão chamados pela pontuação, a integrante da Associação Prática de Atletismo (APA/Secel) está bem cotada para garantir um lugar nos 3.000m com obstáculos por ser a segunda melhor brasileira do ranking.
Essa prova, aliás, não era a prevista no início do projeto. Simone começou o ‘caminho olímpico’ se preparando para Maratona e fez grandes marcas, chegando a ser medalhista sul-americana.
Porém, com a pandemia que impossibilitou a saída do Brasil para treinar e competir, a corredora optou por mudar o foco e tentar a vaga nos 3.000m com obstáculos, em que também possui ótimas marcas, medalhou no Sul-Americano e foi para o Pan.
“É uma prova forte, na qual eu domino e tenho grandes chances (de convocação). Não poderia perder toda aquela preparação e base que eu fiz de quatro anos, e agora ficar sentada esperando a pandemia acabar. Segui com meus treinos e apenas mudei o foco. Tenho certeza que vou conseguir essa vaga”, destacou.
A convocação deve sair entre os 10 e 15 de junho, basicamente um mês antes dos Jogos. Até lá, a jaraguaense deve disputar de uma a três competições para seguir mostrando que é uma forte candidata a representar o Brasil no Japão.
“As próximas competições são decisivas. É fazer o melhor dentro das possibilidades, mesmo que seja em eventos nacionais e também o Sul-Americano que terá definição de um novo local, já que as fronteiras da Argentina estão fechadas e desistiram de fazer em Buenos Aires como estava previsto. Estou muito confiante, porque estou melhorando bastante, treinando forte e me dedicando integralmente para atingir esse objetivo”, afirmou.
Melhor fase da carreira
Mesmo com todas as dificuldades impostas pela pandemia, como limitações em treinos e falta de competições, Simone Ponte Ferraz não esconde que vive seu melhor momento na carreira.
As marcas e os títulos conquistados no Estadual e Torneio Cidade de Bragança Paulista, esse inclusive que lhe rendeu a vaga no Sul-Americano, comprovam isso.
“Estou trabalhando duro, incansavelmente para melhorar marca, estar entre os melhores e representar o Brasil nas Olimpíadas. Estou na minha melhor fase”, declarou.
A corredora também não deixa de destacar o trabalho nos bastidores, em que conta com uma equipe multidisciplinar, com fisioterapeuta, médico, laboratório, farmácia de manipulação e técnicos, para alcançar o melhor resultado nas pistas.
“É um momento decisivo na minha carreira. Estou 100% focada. É dormir e acordar pensando nos treinos, alimentação, descanso e no propósito maior que é a melhora diária”, finalizou.
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