Para muitos, a chegada dos 50 anos de idade pode ser sinônimo de calmaria e abdicação da prática esportiva. Mas há pessoas que enxergam esta fase como o momento propício para se dedicar a cuidar de si e fazer um movimento diferente. Esse é o caso da jaraguaense Edileny Machado.
Prestes a se aposentar após 30 anos dedicados à vida acadêmica, a professora de Língua Portuguesa, que completa seu cinquentenário no próximo sábado (9), encontrou no esporte uma forma de driblar a ociosidade e estimular outras pessoas a seguir o mesmo caminho.
Através do projeto ‘Cinquentinha e daí?!’, que será lançado logo após seu aniversário, Edileny buscará uma interação social e esportiva pelas redes sociais com a perspectiva de despertar em muitas pessoas, mas principalmente aquelas acima de 50 anos, o interesse pelo esporte.
Em forma de vídeos e imagens que circularão via web, ela mostrará a prática de seis atividades que passaram a fazer parte de sua rotina nos últimos meses: ciclismo, corrida, skate, surfe, vôlei e bocha.
Ciclismo é uma dos hobbys da jaraguaense I Foto: Divulgação
O processo de aprendizado para estas modalidades não foi fácil. Na infância, ela chegou a praticar vôlei na escola, e tem o ciclismo como hobby para passeios há alguns anos. Porém, nas demais, a professora arregaçou as mangas e vem buscando o aperfeiçoamento desde março, o que torna o propósito de ajudar outras pessoas de sua faixa etária ainda mais evidente.
“O primeiro mês foi difícil, me sentia dolorida a cada treino até por não estar acostumada a praticar esporte. Mas a satisfação de terminar a atividade vale a pena cada esforço e é isso que quero transmitir para todos”, disse.
Professora vem se aperfeiçoando em novos esportes como o skate I Foto: Divulgação
Para deixar o projeto da forma mais detalhada para seu público, ela encara uma rotina desgastante. De segunda a sábado, Edileny alterna treinos de academia com as seis modalidades estipuladas no ‘Cinquentinha e daí?!’.
E toda essa dedicação já começa a render frutos para a ‘recém-atleta’, que apesar de pouco tempo de treinos vai encarar sua primeira prova de 5km de corrida, em um evento ainda neste mês de junho, algo antes inimaginável na vida da professora.
“Eu não imaginava tanto movimento na minha vida depois de me aposentar. Estou me surpreendendo e posso dizer que tinha uma atleta dentro de mim que eu não conhecia”, declarou. “Meu propósito é ir longe. Já falei com meu personal que, ano que vem, quero ir para os 10km. E por aí vai. Esse ano vou focar mais na corrida e quem sabe depois me aventuro em campeonatos dos outros esportes”, completou.
Trabalho em equipe
A iniciativa foi elaborada individualmente, mas para tirar o projeto do papel Edileny Machado montou uma equipe para auxiliá-la no processo. Amiga de longa data, Aline Souza Lopes a acompanha nas atividades para fazer os registros em fotos e vídeos.
Além disso, Já para regular suas condições físicas, a professora passou por uma nutricionista, nutróloga e contratou o personal trainer Anderson Morsch, de 26 anos, que faz toda sua orientação e programação de treinos.
Aline Souza Lopes (D) é a responsável em registrar os momentos de Edileny nas modalidades I Foto: Eduardo Montecino/OCP News
O educador físico não escondeu a satisfação em poder ajudar sua aluna em um projeto inovador na cidade.
“Foi muito satisfatório ela (Edylene) ter vindo me procurar e eu poder ajudar no projeto indiretamente. Ela é muito dedicada, faz tudo que eu peço e vem apresentando uma evolução muito grande, tanto que já está numa fase em que buscamos melhorar seus tempos na corrida e ciclismo”, afirmou Morsch, que ainda deu algumas dicas para quem quiser acompanhar Edylene em suas atividades.
“É importantíssimo procurar um profissional para prática esportiva e não ficar parado mediante alguma dor ou limitação. O esporte melhora consideravelmente a qualidade de vida e a Edylene já sentiu isso no dia a dia. Então espero que muitas pessoas sejam influenciadas pela história da Edylene”, finalizou.
Apoiadores
Enquanto mantinha preparação pelos treinos, Edylene conseguiu quatro apoiadores que auxiliaram na compra de uniformes e materiais necessários para as seis modalidades. Sem objetivo de retorno, ela se colocou à disposição para quem tiver interesse em ajudar no projeto.
“Não almejo retorno e o que eu quero mesmo é atingir as pessoas, porque muitas se aposentam e ficam paradas. Meu projeto pode conquistar uma pessoa que tem essa vontade do esporte, mas está hibernada. Expondo o que eu estou fazendo pode servir de estímulo para que elas façam o mesmo. Então qualquer ajuda é bem-vinda”, disse.
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