Há dez anos, Olympya conquistava título histórico no Campeonato Catarinense de Futebol Feminino

Por: Lucas Pavin

19/12/2017 - 06:12 - Atualizada em: 21/12/2017 - 07:14

“Até hoje o pessoal me para e comenta daquele título. É gratificante ter deixado nosso nome na história do futebol feminino de Jaraguá”. Estas palavras do então técnico Luiz Henrique Vieira, o Polenta, definem bem como foi a conquista do Olympya no Campeonato Catarinense de Futebol Feminino, que completou 10 anos no último sábado, dia 16 de dezembro. Nesta data, mas em 2007, a equipe jaraguaense superou inúmeros desafios ao longo da temporada, desbancou outras agremiações favoritas e escreveu seu nome em Santa Catarina ao se tornar o primeiro campeão estadual da modalidade.

Na época, o time comandado por Polenta apareceu como grande sensação do torneio ao terminar a primeira fase na liderança e garantir vaga na decisão com a somatória de seis vitórias, um empate e apenas uma derrota. A trajetória deu confiança ao Olympya para encarar na final o favorito Scorpions, de Florianópolis. Na partida de ida, vitória das representantes da capital por 1 a 0. Mas na volta, diante de um grande público no Estádio João Marcatto, as jaraguaenses triunfaram por 2 a 1, de virada, com gols de Carmem e Leila, e seguraram o 0 a 0 na prorrogação para sair de campo com o título. “Foi impressionante tudo que aconteceu naquele dia. Tinha muita gente no estádio e não esperávamos este desfecho. Mas as meninas estavam muito empenhadas e a união do grupo foi determinante. Com certeza, é um momento que ficará para sempre guardado nas nossas memórias”, declarou Polenta.

Time jaraguaense (camisa grená) encarou na final o Scorpions, de Florianópolis I Foto: Arquivo OCP

O feito histórico também é relembrado de forma muito especial por duas integrantes daquele elenco, que hoje atuam no futsal pelo Açucena, atual campeão do Aberto de Futsal de Jaraguá do Sul. Capitã e autora do primeiro gol do Catarinense, Marise Schumann, e a artilheira da competição com 15 gols, Juliana Feuser, destacam que a união do grupo foi fundamental para conquista da taça. “Aproveitamos o campeonato jogo a jogo. Tinham outras equipes favoritas e não esperávamos o título logo no primeiro ano, mas a amizade entre as meninas fez toda diferença para sermos campeãs”, afirmou Marise. “Não entramos no Estadual pensando no título, mas fomos evoluindo a cada jogo e vimos que era possível. A união do grupo foi muito significativo para a conquista e o dia da final foi muito marcante para todas as meninas”, completou Juliana.

Vice-campeonatos, despedida e reativação do projeto

Depois do caneco em 2007, o Olympya manteve sua tradição no cenário catarinense e chegou a outras quatro decisões, mas ficou com o vice-campeonato (2009, 2010, 2011 e 2012) ao esbarrar no Kindermann, equipe de Caçador que sagrou-se campeã em todas as edições desde então. A partir de 2013, o futebol feminino começou a perder força em Jaraguá. Com a falta de apoio, o clube teve que buscar recursos em cidades vizinhas para disputa de campeonatos, até que em 2014, a equipe jaraguaense ficou fora do Estadual, pela primeira vez na história, e o projeto acabou desativado.

Porém, os dias de glórias do futebol feminino de Jaraguá do Sul podem estar retornando. Em uma parceria com o Grêmio Esportivo Juventus, o Olympya voltará as atividades em 2018 e promete resgatar sua tradição no Campeonato Catarinense. “Essa é uma tendência dos clubes profissionais no Brasil e aproveitando este momento de dez anos do título estadual, o Olympya recomeça um trabalho em parceria com o Juventus”, comentou um dos responsáveis pela reativação do projeto e diretor executivo do Moleque Travesso, Tiago Borges. As primeiras avaliações acontecem na cidade de Chapecó, no dia 13 de janeiro, enquanto a formação oficial do elenco está prevista entre os meses de junho e julho. “Quando iniciar o profissional masculino vamos formar efetivamente o grupo feminino. Agora, vamos começar a fazer só avaliações pontuais”, finalizou Borges.

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Lucas Pavin

Jornalista esportivo, com a missão de informar tudo o que rola na região, seja na base, amador ou profissional.