Há 20 anos, Guga Kuerten se tornava o número 1 do mundo

Guga Kuerten será homenageado no torneio que encerra a temporada | Foto Marcelo Ruschel/Poapress

Por: Ewaldo Willerding Neto

03/12/2020 - 10:12 - Atualizada em: 03/12/2020 - 10:26

Há 20 anos, o mundo se rendia ao talento e ao carisma do manezinho mais famoso de todos os tempos. No dia 3 de dezembro de 2000, o catarinense Gustavo Kuerten vencia o norte-americano André Agassi – uma das lendas do tênis – e tornava-se o número 1 do ranking mundial do esporte

Na disputa final do Masters Cup de Lisboa, torneio que reunia os oito melhores da temporada, o brasileiro venceu a final por triplo 6/4 no jogo que encerrava o torneio e a temporada do circuito da ATP. Com isso, conquistava um título inédito em sua carreira aos 24 anos e, ainda, a liderança do ranking mundial.

 

Melhor partida

O próprio Guga classifica a sua atuação diante de Agassi como a melhor de sua vitoriosa carreira profissional, que conta com três conquistas em Roland Garros, 20 títulos de ATP e 43 semanas como número 1 do mundo.

“Aquela foi a partida mais perfeita da minha vida. Parecia que eu estava jogando um treino com o Larri na academia, com total tranquilidade. Eu estava sereno do início ao fim, já comecei quebrando o saque dele e acertando pancada para tudo quanto é lado”, disse Guga Kuerten.

Na entrevista coletiva, feita logo após a partida de 20 anos atrás, Gustavo Kuerten não acreditava no tamanho de sua façanha. “É estranho. Como eu disse outros dias, sabe, não acreditava que pudesse fazer isso. Eu nem pensava sobre isso, na verdade, porque já tinha muitas coisas com que me preocupar. Eu só fiz isso e não sei como”.

“Se alguém me dissesse no início do torneio: ‘Para ser o nº 1, você precisa vencer Kafelnikov, depois Sampras, depois Agassi’, eu diria: ‘Ah! Sem chance’. Agora, de alguma forma, as coisas começam a se encaixar. Realmente é algo que você sempre pensa que está longe. E quando você consegue, ainda demora um pouco para perceber”.

| Foto Divulgação

 

Ídolo da infância

Em sua autobiografia Guga, um brasileiro (Sextante, 2014), Guga revelava sua idolatria por Agassi, quando ainda sonhava em se tornar um tenista profissional. “Apesar de ser o nosso nono confronto, eu ainda achava estranho enfrentar o Agassi, meu ídolo na passagem da infância para a adolescência. Aos 13 anos, numa viagem aos Estados Unidos, pedi à minha mãe que comprasse uma camisa dele de presente para mim. Custava 50 dólares, uma fortuna. Se não fosse do Agassi, seria feia. Mas como era, me parecia magnífica. Cresci com aquela camisa, sonhando um dia jogar tão bem quanto ele”.

 

| Foto Reprodução Instituto Kuerten

A mãe número 1 do mundo

Outro momento marcante daquele 3 de dezembro foi o carinhoso abraço na mãe, Alice Kuerten, durante a cerimônia de premiação. “Além de ser o dia mais feliz da minha vida, é a primeira vez que eu vou falar em português e todo mundo vai me entender”, disse Guga. “Hoje eu sou número 1 do mundo, mas ela sempre vai ser a mãe número 1 do mundo para mim. Eu quero dar um beijo na minha mãe”, acrescentou, enquanto caminhava até as arquibancadas para cumprimentar a mãe.

 

Jogo a jogo

 

Resultados da Masters Cup de 2000:

  • Final – Gustavo Kuerten (BRA) 3×0 Andre Agassi (EUA) 6/4 6/4 6/4
  • Semi – Gustavo Kuerten (BRA) 2×1 Pete Sampras (EUA) 6/7 (7/5) 6/3 6/4
  • 3ª Rodada – Gustavo Kuerten (BRA) 2×0 Yevgeny Kafelnikov (RUS) 6/3 6/4
  • 2ª Rodada – Gustavo Kuerten (BRA) 2×0 Magnus Norman (SUE) 7/5 6/3
  • 1ª Rodada – Gustavo Kuerten (BRA) 1×2 Andre Agassi (EUA) 4/6 6/4 6/3

 

Mais Guga

 

  • Foi o primeiro e único sul-americano a terminar uma temporada como número 1 do mundo, em 2000.
  • Conquistou Roland Garros em 1997, 2000 e 2001
  • Apenas Guga, Federer e Nadal têm três ou mais títulos de Grand Slam entre todos os tenistas em atividade
  • Somente o sueco Bjorn Borg tem mais títulos do que Guga em Paris na Era Aberta
  • Conquistou 20 títulos de simples em 29 finais disputadas
  • Destes, 15 foram no saibro, 4 em quadras sintética e 1 no carpete.
  • Das 358 vitórias na carreira, 181 vieram no saibro
  • Na Copa Davis, venceu 34 das 52 partidas que disputou em simples

 

* Com informações do tenisbrasil.uol.com.br

 

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