O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aceitou recurso do Brusque e devolveu três pontos ao time catarinense na Série B do Brasileiro.
O Quadricolor havia sido punido pelo caso de racismo de um dirigente contra o jogador Celsinho, do Londrina, em duelo entre as equipes no dia 28 de agosto, pela 21ª rodada.
O julgamento realizado nesta quinta-feira (18) terminou com seis votos favoráveis a dois contra o Bruscão.
Com a decisão, o clube do Vale do Itajaí vai a 44 pontos, pula para 14ª colocação e praticamente assegura sua permanência na segunda divisão do futebol brasileiro.
Presidente da sessão, José Perdiz determinou a perda de um mando de campo que deve ser cumprido em campeonato nacional e o pagamento de multa de R$ 60 mil para o Brusque.
Já Júlio Antônio Petermann, presidente do Conselho Deliberativo e autor da declaração racista, teve sua punição mantida, com suspensão por 360 dias e multa de R$ 30 mil.
Entenda o caso
Durante o jogo entre Brusque e Londrina, Celsinho foi chamado de “macaco” por Júlio Antônio Petermann.
Inclusive, o time paranaense divulgou o vídeo em que é possível ouvir o grito. A postagem se deu como resposta a nota da equipe catarinense no dia seguinte a denúncia, afirmando que o jogador fez “falsa imputação de crime” e que ele estava sendo “oportunista”.
O Quadricolor, que pediu desculpas dois dias depois em outro comunicado, e adotou duas medidas: afastou o dirigente e instalou câmeras para captar o áudio das arquibancadas.
No mês passado, jogadores e funcionários do Brusque pediram que o STJD reconsiderasse a decisão sobre a perda de pontos.
A carta foi lida pelo atacante Edu. Nela, os atletas disseram que o grupo é composto em sua maioria por afrodescendentes e que a decisão do tribunal não penaliza o responsável pelo ato.