Beisebol ganha espaço e Jaraguá do Sul recebe seu primeiro time

Por: Lucas Pavin

29/11/2017 - 06:11 - Atualizada em: 30/11/2017 - 13:34

Basquete, futebol americano e até o hóquei carregam uma história e tem seu espaço conquistado há alguns anos em Jaraguá do Sul. Agora, outra modalidade coletiva e muito popular principalmente nos Estados Unidos aporta como uma grande novidade no município. É o beisebol, modalidade que entrou no programa olímpico a partir de 2020, e contará com seu primeiro time na história do esporte jaraguaense.

Para nós, brasileiros, trata-se de uma modalidade ainda pouco familiar, apesar de nos últimos anos ter um crescimento considerável no número de praticantes e com ligas estaduais e nacionais cada vez mais disputadas. E é justamente aproveitando esta evolução no país, que um grupo de cinco pessoas se uniu e resolveu criar o Jaraguá Shooters, que chega com o objetivo de difundir, além de oportunizar a prática aos amantes do beisebol na cidade. Idealizado por Tiago Borges, Henrique Porto, Jaime Paul Ramos, Roberto Ferrucio Dalla Costa e Daniel Zatta Blasczak, a equipe já conta com um grupo de 12 pessoas, que inicia seus treinamentos no próximo domingo, dia 3 de dezembro, no Estádio João Marcatto, onde a diretoria do Grêmio Esportivo Juventus cedeu em espaço para o começo das atividades.

No elenco, atletas que terão sua primeira experiência e outros com uma certa bagagem no esporte. Caso de Tiago Borges, diretor executivo do Juventus, que acompanha o beisebol desde 1999 e pratica há pouco mais de dez anos, jogando por um time de Pelotas (RS) e pelo Joinville Royals, uma das seis equipes do Estado, que ainda conta com representantes em Florianópolis, Blumenau, Brusque e Itajaí. “O esporte cresceu muito em Santa Catarina. Quando iniciei com o Royals, não tinha nenhuma equipe e hoje já são seis contando com o Jaraguá. O legal do beisebol é que não há muito diferenciação. Não importa se você é jovem, velho, gordo ou magro, que vai pode jogar. Então é um esporte apaixonante e queremos mostrar isso aos jaraguaenses”, disse Borges.

Os atletas serão comandados pelo coach Jaime Paul Ramos, de 29 anos. Com pai brasileiro e mãe americana, o professor de inglês nasceu na cidade de Okeechobee, no Estado da Flórida, e veio para o Brasil em 2010. Com uma forte ligação pela modalidade desde os 7 anos de idade, ele iniciou sua trajetória no país com os joinvilenses do Royals, mas nunca escondeu o desejo de montar uma equipe em Jaraguá do Sul. “Eu e outros jogadores vamos até Joinville para treinar, então ter um time onde trabalhamos e temos as nossas vidas é muito legal. Acredito que vai dar muito certo o beisebol em Jaraguá. Vamos ter pessoas jogando pela primeira vez e é isso que queremos, colocar o esporte na cultura da cidade”, destacou.

A equipe do Jaraguá Shooters receberá todos os interessados em conhecer e até mesmo praticar a modalidade nos treinos. Não haverá restrição de gênero, e qualquer homem ou melhor poderão treinar juntos. “Não costumamos chamar para os treinos atletas abaixo de 16 anos por serem muito novos e correr o risco de lesão. Mas acontece de alguns aparecerem e fazermos atividades adaptadas como no Joinville Royals para não forçar a questão física. Estamos esperando a comunidade de braços abertos e o apoio de cada um vai ser importante para fazer o esporte crescer. O beisebol em Jaraguá já uma realidade”, enfatizou Tiago Borges.


Como se joga

Em geral, esportes têm sua duração definida por tempo (como no futebol, basquete e handebol) ou pontuação atingida (vôlei e tênis). No beisebol, entretanto, os jogos são definidos ao atingir um número de eliminações (27). Assim, as partidas não têm uma duração média predefinida, podendo variar de uma hora e meia, quando um time é muito superior ao outro, até verdadeiras maratonas de seis horas quando o equilíbrio prevalece.

As equipes se revezam em turnos de ataque e defesa. Enquanto uma se defende, a outra ataca. Quando um turno se encerra, as equipes trocam de posição: quem atacava passa a defender e quem defendia passa a atacar. A cada dois turnos, completa-se uma entrada (inning). O jogo termina com nove entradas. Caso ao final dessas nove entradas os times estejam empatados, são jogadas entradas extras, até que alguma equipe abra vantagem e saia vitoriosa.

Quem defende faz o arremesso e tem de eliminar os rebatedores, ou pegando a bola antes de ela cair no chão em uma rebatida do adversário ou fazendo a bola passar três vezes (strike) pelo rebatedor. O ponto ocorre quando o jogador completa a quarta base, que é de onde ele rebateu a bolinha. Quando ocorre o home run, todos os jogadores que estão em bases podem completar a volta e somar pontos. O home run com bases cheias dá 4 pontos.


As posições

Arremessador/Pitcher: É o principal jogador de uma equipe de beisebol. Sua função é arremessar a bola, com a intenção de que ela não seja rebatida pelo jogador do time adversário.

Receptor/Catcher: Sua função é pegar as bolas que são arremessadas pelos lançadores, caso ela não seja rebatida pelo jogador do time adversário.

Primeira-base/First baseman: Sua função é a de defesa da primeira base a ser percorrida e de cobertura das jogadas nela feitas.

Segunda-base/Second baseman: Sua função é ocupar a segunda base e executar, juntamente com o primeira base, uma jogada chamada double play.

Terceira-base/Third baseman: Sua função é ocupar a terceira e defendê-la, bem como cobrir as jogadas que podem ser feitas nela.

Interbases/shortstop: Ocupa os espaços entre a segunda e a terceira base. Sua função é a de cobrir a região da segunda base em caso de double play.

Campista esquerdo/Left fielder: É um jogador responsável pela defesa do chamado campo esquerdo.

Campista central/Center fielder: É um jogador responsável pela defesa do chamado campo central.

Campista direito/Right fielder: É um jogador responsável pela defesa do chamado campo direito.

Rebatedor/Hitter: É o responsável por rebater a bola lançada pelo arremessador.