Em experiência inédita, meninas do Basquete Jaraguá farão intercâmbio em universidade dos Estados Unidos

Por: Lucas Pavin

28/02/2018 - 06:02

Conciliar esporte e educação em outro país são um dos sonhos que muitos jovens brasileiros carregam durante sua adolescência. E um grupo de nove meninas do Basquete Jaraguá está cada vez mais perto de viver uma experiência marcante, que pode ser o primeiro passo em busca desse objetivo de vida. No mês de junho, atletas das categorias Sub-15 e Sub-17 da equipe irão embarcar aos Estados Unidos – principal centro da modalidade -, para um intercâmbio na Universidade Southern Utah (SUU), localizada na cidade de Cedar.

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Elas serão acompanhadas pelo técnico Julio Patrício, que recebeu o convite da ex-companheira de seleção brasileira e hoje auxiliar da universidade norte-americana, Anne Sabatini. Com embarque marcado para o dia 7 de junho, as jaraguaenses jogarão cinco partidas logo nos primeiros dois dias, válidos por um torneio promovido pela própria SUU, que reunirá em torno de 20 times, incluindo as paulistas de Santa Bárbara do Oeste e Osasco.

Depois, encaram uma série de treinos, em dois períodos, com treinadores da universidade para aprimoramento e conhecimento da metodologia imposta nos EUA, retornando apenas no dia 16 ao Brasil. “É a primeira experiência internacional de um grupo de Jaraguá, que pode vir acontecer todo ano. O nosso basquete feminino teve vários pontos marcantes, como jogar a Liga Nacional de 2015, e acredito que esse intercâmbio seja mais um nessa história”, disse Patrício.

Atletas estudam no Colégio Evangélico Jaraguá I Foto: Eduardo Montecino/OCP

Mas a troca de experiências e os ensinamentos da melhor escola de basquete no mundo não serão os únicos motivos para atrair a atenção das meninas. O sonho de se tornar uma jogadora profissional também poderá estar em jogo. Isso porque, há o interesse da universidade em captar talentos de fora dos Estados Unidos, que possam integrar as equipes de base da Southern Utah. “Essa universidade tem um projeto com 80% das atletas de fora do país. Então eles abrem muito espaço para estrangeiras e a nossa ideia é ter uma das meninas ingressando nessa equipe futuramente”, afirmou Julio, que destacou outro fator importante do intercâmbio, que ajudará no desenvolvimento do esporte em Jaraguá do Sul. “Vamos conhecer uma escola que é a melhor do mundo, e une a educação com o basquete. Nós vamos para lá tentar copiar um pouco do modelo deles e fazer com que as nossas meninas continuem no basquete após terminar o ensino médio. É importante elas visualizarem o basquete além dos 18 anos, e isso é o que falta no Brasil”, declarou.

Ainda segundo o treinador, a ida para os Estados Unidos é fruto de todo trabalho executado nas categorias de base do município. “O Basquete Jaraguá é reconhecido em todo país por termos disputado recentemente a Liga Nacional e conquistado resultados importante em competições nacionais de base. Consequentemente tem muitos profissionais que estão nos EUA ou na Europa e nos convidam para jogar. Tudo que fizemos até agora em Jaraguá faz com que tenhamos reconhecimento e abra essas portas cada vez mais”, finalizou. Participarão da viagem as atletas Luana de Oliveira, Gabriela Sofiati, Joana Zacko, Manuela de Carvalho, Lohana Gaievicz, Larissa Marcelino, Nicole Uhlman, Carolaim Kopp e Mikaela Nunes.

Oportunidade para crescer

Restam ainda quatro meses para viagem, mas as meninas do Basquete Jaraguá contam os dias ansiosamente para viver um dos momentos mais marcantes de suas carreiras nas quadras. Além da primeira experiência internacional no esporte, as jaraguaenses querem aproveitar a oportunidade para crescer, tanto dentro como fora de quadra. É o caso da ala Joana Zacko Schmidt e da ala/armadora Manuela Santos de Carvalho, ambas com 15 anos. “Vai ser muito importante (o intercâmbio), porque mesmo viajando bastante para jogar dentro e fora do Estado, o basquete dos EUA é bem diferente e nem se compara com o que vivemos aqui. Estamos com uma expectativa bem alta por essa oportunidade no centro do basquete”, comentou Joana. “Crescemos pessoalmente com a disputa de qualquer campeonato e as experiências são únicas em qualquer lugar que a gente vá. Mas essa oportunidade nos Estados Unidos é enorme, e vamos aproveitar ao máximo para crescer como atletas e pessoas”, disse Manuela.