Uma característica em comum parece reunir todos aqueles que fazem ações voluntárias: o sorriso. É com ele que Letícia Pauli, 29 anos, conta como sua vida virou de cabeça pra baixo e, mesmo assim, encontrou o rumo da felicidade.
Aos 14 anos, ela sofreu um grave acidente de carro e ficou no Hospital São José por 39 dias, sendo 25 deles na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Quando voltou para casa, ainda ficou cerca de seis meses em estado vegetativo. A recuperação foi lenta e deixou sequelas.
Acidente não tirou de Letícia a vontade de ajudar o próximo | Foto Eduardo Montecino/OCP News
Letícia foi diagnosticada com incapacidade total e permanente, com dificuldade para falar, enxergar e se equilibrar. A dúvida de como fazer ela encontrar uma atividade que a fizesse feliz pairava sobre os pais, Solange e Hilário Pauli.
“Ela chegou a concluir o ensino médio, mas não tinha condições de cursar uma graduação”, comenta Solange. Mãe e filha foram convidadas a participar do grupo de oração voluntária do Hospital São José, dez anos atrás.
Foi após as primeiras ações que surgiu a certeza. “Para ser voluntário não precisa de diploma”, afirma Solange. Letícia se sentia muito bem em poder rezar pelos pacientes que estavam precisando e, de certa forma, retribuir as orações que foram feitas pela sua recuperação.
É com orgulho que Letícia revela ser considerada a melhor vendedora de bijuterias dos bazares realizados pelo AmorAção, que promove eventos em prol do hospital. O segredo para o sucesso das vendas não poderia ser outro. “Abro um sorriso para conquistar os clientes”, conta Letícia.
Já a mãe conta que elas também aproveitam os bazares para fazer compras. “Adoramos os acessórios e peças de roupas, é uma tentação”, brinca. Antes do acidente, Letícia cantava, era modelo e dançava. Dentro das limitações, ela está evoluindo.
Além do grupo de oração, mãe e filha integram outras ações de voluntariado do hospital | Foto Eduardo Montecino/OCP News
Para os pais, a pessoa precisa querer melhorar e encontrar algo que te faça feliz de novo. O trabalho voluntário fez com que a família mudasse o jeito de enxergar as coisas.
“Ela ia no grupo de jovens da igreja, onde não tem distinção de quem é melhor que quem. Agregando o voluntariado, tudo se encaixou. As pessoas ao redor acabam se envolvendo e formando uma grande rede de amor”, relata a mãe.
Elas definem que é essa engrenagem de cooperação que transforma Jaraguá do Sul em uma cidade melhor.
Para ser voluntário de algum dos oito grupos da Associação de Voluntários do Hospital São José (AVSJ), envie um e-mail para sejavoluntario@hsj.org.br.
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