Durante muitos anos a imigração alemã ao Brasil foi incentivada, os imigrantes eram visto de forma curiosa mas incentivados a permanecer, plantar, colonizar. Viviam em comunidade com outros imigrantes, e regionais brasileiros, porem, as coisas passaram a mudar depois das duas grandes guerras mundiais.
A maioria dos imigrantes alemães, chegou ao Brasil entre 1920 e 1930. Entre o final da Primeira Guerra, em 1918, e 1933, ano da ascensão de Adolf Hitler ao poder, chegaram ao Brasil em torno de 80 mil alemães que procuravam escapar da instabilidade da República de Weimar.
Perseguição
Mas a chegada dos imigrantes fugindo do nazismo não foi bem vista pelo Governo, nem pelos habitantes brasileiros da época. Acusações infundadas de associação ao nazismo eram constantes e perseguições passaram acontecer com frequência. Após a Alemanha afundar navios brasileiros na costa em 18 de agosto de 1942, a perseguição e nacionalização forçada tiveram seu ápice.

Nesta edição de 22 agosto de 1942 do Correio do Povo, podemos ver a consternação diante do atentado Alemão aos navios brasileiros.
O governo Getúlio Vargas restringiu a entrada de estrangeiros, fixando cotas. Entre 1939 e 1945 o Brasil proibiu a entrada de cidadãos dos países do Eixo (Japão, Itália e Alemanha). Em Santa Catarina, nas cidades da rota os moradores das colônias alemãs foram obrigados a falar português. A política nacionalista do Estado Novo, que tinha como ditador, Getúlio Vargas, foi implacável com essas pessoas.
Para se ter uma base da diferença de imigrantes que chegaram ao Brasil antes e depois da Segunda Guerra Mundial, basta se atentar aos números registrados.
- Entre 1924 e 1933 chegaram ao Brasil 61.723 imigrantes alemães.
- Entre 1945 e 1949 foram apenas 5.188 imigrantes.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial deu início a uma onda de violência contra imigrantes germânicos por todo o país, na cidades da rota não foi diferente. Após os ataques aos navios, a população saiu às ruas e destruiu estabelecimentos que tinham alguma ligação com os países considerados inimigos, como a Alemanha. Casas, lojas e igrejas foram os principais alvos da revolta.
Nacionalização forçada
Os imigrantes alemães foram perseguidos e muitos acabaram sendo torturados. Famílias inteiras precisaram fugir e se refugiar em comunidades próprias, conhecidas como colônias e que até hoje mantêm a cultura germânica. A língua alemã e os cultos luteranos foram proibidos. Essas pessoas que não sabiam falar o português correto, começaram na noite para o dia a serem obrigadas a falar, caso contrário eram presas como suspeitas.

Getúlio Vargas – Estado Novo
Decreto-Lei 4.166 Getulio Vargas aprovou a lei em que os bens dos imigrantes dos países do eixo poderiam ser confiscados. Até hoje muitos imigrantes alemães não recuperaram seus bens confiscados na época.

Moedas confiscadas de imigrantes alemães, hoje estão em museus.
Houve uma criminalização dos alemães. Depois do fim da guerra, o governo brasileiro reconheceu e indenizou algumas poucas famílias. Mas o sentimento de injustiça permaneceu entre aqueles que foram torturados e acusados injustamente de associação ao nazismo.