Entre as estratégias para o bom andamento da educação no município, a formação constante dos professores está entre as apostas para um futuro cada vez melhor nesta área. Jaraguá do Sul conta com 436 professores de educação infantil e 640 do ensino fundamental, juntos o corpo docente atua para levar o conhecimento aos alunos da rede municipal, tendo como desafios a valorização da profissão e o plano de carreira.
Durante o ano letivo, a Secretaria Municipal de Educação realiza três formações para os educadores: a primeira acontece no início do ano, a segunda em maio e última em setembro. A rede conta ainda com as formações remotas e presenciais, e em alguns momentos, com assessores pedagógicos que atuam por área e segmentos. Além destas formações, os professores contam ainda com cursos destinados às tecnologias e projetos aplicados que visam a formação constante para o exercício da profissão.
Segundo a diretora da Escola Alberto Bauer, Célia Reichrt Engilmann, as formações voltadas às tecnologias acontecem com frequência no período da noite, por meio de um banco de horas. Os profissionais buscam a formação no contraturno via “ Google Meet”. Célia ressalta que entre as formações presenciais, algumas delas são feitas com especialistas de área, autores de livros didáticos, saídas a campo tendo ainda como objetivo futuro as viagens de estudos.
Questionada sobre quais critérios são utilizados aos alunos que não atingem médias para passar de ano, Célia Reichrt explica que as notas alcançadas podem ser uma referência para o educador, mas não são em si, um fator determinante entre os alunos que podem passar ou reprovar.
Célia ressalta que, sobre as médias exigidas, se leva em conta não somente a nota de forma meritocrata, mas também questões que envolvem comportamentos dos estudantes.
“Se um aluno não vai bem em matemática, mas vai bem em redação e em outras disciplinas, este perfil do estudante está associado às habilidades já reconhecidas entre os espaços de aprendizagem”, lembra a gestora. Segundo ela, nem sempre uma reprovação é positiva quando alguns critérios são deixados de lado, ao invés de se pensar o processo educacional como um todo.
Para a diretora da Escola Guilherme Hanemann, Josiane Zaleski, o apoio pedagógico aos estudantes com médias baixas exerce um papel fundamental na rede municipal, em especial, quando há clareza de que alguns estudantes, tem dificuldades em disciplinas com características muito parecidas entre si.
“Quando um aluno encerra o primeiro bimestre e já no segundo está com notas baixas, ele passa a fazer o reforço para melhorar as notas, ao chegar ao fim do ano ele apresenta a média esperada”, afirma Josiane, ao lembrar que o serviço de apoio pedagógico pode atuar com antecipação nesses casos.
Já para os alunos especiais da rede, a gestão destaca que a educação tem como base a política nacional. Conforme as necessidades encontradas em cada unidade, destinam-se os profissionais para dar o suporte aos alunos.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, ter profissionais de apoio para pessoas com deficiência é importante, entretanto, estimular o desenvolvimento de cada um por meio da interação com a turma, além de ser possível, é indicado para a autonomia dos estudantes.
Acolhimento e aprendizagem
Em busca de mais oportunidades e qualidade de vida, cresce a cada dia o número de pessoas de outros estados e também de outros países que chegam a Jaraguá do Sul.
Segundo a secretária da Educação de Jaraguá do Sul, Iraci Muller, embora este movimento seja recente, iniciativas por meio das escolas têm sido aplicadas para acolher os recém-chegados e contribuir com a interação à cultura local.
Segundo Iraci, para sanar questões que envolvem outros idiomas, a tecnologia implantada tem sido uma parceira importante do processo educacional.
Um caso típico ocorreu em 2022, segundo a secretária, um aluno chinês com domínio do mandarim chegou em uma escola da rede em Jaraguá do Sul. Após o acolhimento da família, já matriculado em uma das escolas, em diálogo com os professores, foi orientado que o jovem tivesse aulas para melhorar o inglês e que fosse lhe ensinado o básico do português.
Em acordo com a família, a rede passou a utilizar o Chromebook para traduções das explicações e atividades em sala. Já em 2023, foi sugerido a família que o adolescente tivesse um professor para ser alfabetizado, mas como o aluno ainda não tinha domínio da língua portuguesa, ele passou a utilizar a ferramenta fruto da estratégia encontrada pela unidade escolar, fazendo com que o aluno se sentisse acolhido no ambiente escolar.
Reconhecimento profissional
Mas afinal, o que os professores devem esperar para o futuro da educação?
Para a professora Elizete Marcelino Borges, que leciona na Escola Alberto Bauer, a remuneração justa dos professores somada à valorização de seu papel dentro da sala de aula ainda é um desafio para quem escolheu por vocação a profissão.
Segundo Elizete, embora estes desafios existam e encontrem diferentes realidades Brasil afora, a estrutura oferecida por Jaraguá do Sul para o exercício da profissão é boa, dando autonomia e permitindo o crescimento profissional do professor. “A melhor parte de ser professor é ensinar. Eu me realizo numa sala de aula. Tive outras oportunidades de trabalho, mas o que faço hoje é o que gosto”, conclui a professora.