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Vovó estava certa: estudo brasileiro aponta que banha de porco pode ser mais saudável que óleo de soja

Foto: IA/ OCP News

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

19/07/2025 - 12:07 - Atualizada em: 19/07/2025 - 12:28

Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade União das Américas, no Paraná, reacende o debate sobre o uso da banha de porco na alimentação. Frequentemente vista com desconfiança, a gordura animal apresentou melhores resultados em indicadores de saúde cardiovascular do que o tradicional óleo de soja, usado diariamente nas cozinhas brasileiras.

Durante 45 dias, duas mulheres participaram de um experimento em que consumiram duas refeições diárias preparadas com 80 gramas de um dos dois tipos de gordura: banha de porco ou óleo de soja. Os resultados chamaram a atenção.

Melhora com banha, piora com óleo vegetal

A participante que consumiu alimentos preparados com banha de porco apresentou uma redução nos níveis de colesterol LDL (conhecido como “colesterol ruim”) e triglicerídeos, além de aumento no HDL, o “colesterol bom”.

Já a voluntária que usou óleo de soja viu o LDL e os triglicerídeos subirem, enquanto o HDL caiu em 20,5%, indicando piora significativa no perfil lipídico.

Os pesquisadores ressaltaram no artigo científico que, apesar de uma leve elevação no colesterol total, o uso da banha foi mais benéfico no contexto geral da saúde cardiovascular.

Calor e estabilidade: banha leva vantagem na cozinha

A estabilidade térmica também conta pontos a favor da banha. Segundo o nutricionista Renato França, gorduras como banha de porco, óleo de coco e manteiga são mais resistentes ao calor, o que evita a oxidação de suas moléculas.

“Esses tipos de gordura mantêm sua composição mesmo em altas temperaturas, sendo ideais para o preparo de alimentos que exigem mais tempo de cocção, como carnes”, explicou em entrevista ao portal Metrópoles.

Já os óleos vegetais, como soja e canola, apesar de ricos em gorduras insaturadas, oxidam mais facilmente sob altas temperaturas. Isso pode levar à formação de compostos inflamatórios, prejudiciais ao organismo.

Nem vilã, nem heroína: o papel da banha na dieta

Os resultados do estudo não significam que a banha de porco deva substituir todos os óleos na alimentação. Especialistas recomendam moderação e variedade no uso de gorduras culinárias, sempre dando preferência a ingredientes naturais e pouco processados.

Durante décadas, a banha foi demonizada, associada a doenças cardíacas. No entanto, evidências recentes sugerem que o contexto de consumo e o método de preparo têm papel determinante em seus efeitos sobre a saúde.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).