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Você sabia que um adesivo pode reparar um coração danificado?

Foto: Thomas Deerinck, NCMIR/Science Photo Library

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

03/02/2025 - 10:02

Pesquisas recentes revelam que células estaminais podem ser uma solução revolucionária no tratamento da insuficiência cardíaca. Um estudo clínico publicado na Nature em 29 de janeiro de 2025 mostra que pedaços de músculo cultivados a partir de células-tronco podem desempenhar um papel importante na regeneração do coração danificado.

O ensaio clínico, realizado na Alemanha, envolveu uma mulher de 46 anos, que sofreu um infarto em 2016 e, consequentemente, desenvolveu insuficiência cardíaca. Em 2021, ela passou por um procedimento inovador em que células cultivadas em laboratório foram implantadas diretamente na superfície do seu coração. O objetivo era estabilizar e fortalecer a função cardíaca, um desafio comum em pacientes que esperam por um transplante de coração.

Após a cirurgia, a condição da paciente permaneceu estável por três meses, período suficiente para que ela fosse transplantada com um novo coração. O estudo revelou que as placas musculares implantadas mantiveram-se no local e conseguiram formar vasos sanguíneos, um marco importante na regeneração do tecido cardíaco.

Ingo Kutschka, cirurgião cardíaco do Centro Médico Universitário de Göttingen, destacou a relevância desse avanço: “Pela primeira vez, temos disponível um transplante biológico desenvolvido em laboratório que tem o potencial de estabilizar e fortalecer o músculo cardíaco”, afirmou ele, durante a coletiva de imprensa.

Embora essa abordagem não substitua a necessidade de um transplante completo, ela oferece uma alternativa promissora para pacientes com insuficiência cardíaca avançada, que estão na fila de espera para um novo coração. De acordo com Wolfram-Hubertus Zimmermann, farmacologista do mesmo centro de pesquisa, apenas uma pequena fração dos pacientes em necessidade de transplante de coração recebe esse tratamento. Ele explicou que o objetivo dessa terapia é fornecer uma solução paliativa enquanto os pacientes aguardam a disponibilidade de um órgão.

Novos participantes

Até o momento, 15 pacientes participaram do estudo, recebendo implantes de placas musculares para reparar o músculo cardíaco danificado. Os cientistas esperam recrutar mais indivíduos para continuar testando a eficácia do tratamento, que pode transformar a abordagem do cuidado paliativo para a insuficiência cardíaca.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).