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Você sabia que a substância da goiaba pode ajudar no combate ao câncer?

Foto: Pixabay

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

02/12/2024 - 09:12 - Atualizada em: 02/12/2024 - 09:49

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e do Centro Universitário UDF identificaram que o licopeno, uma substância encontrada na goiaba, pode ajudar no combate ao câncer. O estudo, que está gerando grandes expectativas no campo da medicina, aponta que esse composto possui propriedades antioxidantes capazes de prevenir e até tratar diversas doenças, incluindo cânceres como o de mama e o de próstata.

De acordo com Andreanne Gomes Vasconcelos, professora da UnB e do Centro Universitário UDF, o alto rendimento da goiaba foi determinante para sua escolha como matéria-prima na pesquisa.

“A goiaba se destacou por seu rendimento superior, o que a torna uma fonte eficaz de licopeno, com propriedades antioxidantes superiores às de outras substâncias disponíveis no mercado”, afirmou Andreanne, em entrevista ao Correio Braziliense.

O licopeno é o pigmento responsável pela cor avermelhada de alimentos como goiaba, tomate e melancia. Quando ingerido, ele atua no corpo humano impedindo danos às células e ajudando na reparação de tecidos. Embora seja encontrado em várias frutas, a goiaba se mostrou uma excelente fonte devido ao seu alto rendimento na extração.

Apesar da presença do licopeno na goiaba, a substância está presente em concentrações relativamente baixas na fruta. Para viabilizar o uso medicinal, os pesquisadores desenvolveram um método inovador de extração que permite obter a substância com pureza superior a 90%. Esse avanço tecnológico pode facilitar a produção de medicamentos e cápsulas enriquecidas com licopeno, que poderiam ser indicadas, por exemplo, para pacientes com doenças inflamatórias.

“Não é suficiente apenas consumir goiaba. Criamos uma tecnologia brasileira para extrair o licopeno de forma eficiente e com alta pureza, possibilitando a produção de formulações terapêuticas”, explicou Andreanne.

O licopeno tem se mostrado eficaz no combate ao estresse oxidativo, um processo celular que está relacionado a várias doenças, incluindo o câncer. Células cancerígenas, por exemplo, dependem do aumento do estresse oxidativo para sua multiplicação. A hipótese da pesquisa é que o licopeno possa reduzir esse estresse e, assim, ajudar no controle do crescimento tumoral.

Além do câncer, o licopeno também tem mostrado potencial no tratamento de outras doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares e artrite. Andreanne e sua equipe conduziram testes com foco na ação anti-inflamatória e, durante o doutorado da pesquisadora, foram realizados testes específicos para os cânceres de mama e próstata.

Próximos passos: pesquisa clínica e cosméticos

O grupo de pesquisa está prestes a iniciar um ensaio clínico para testar o uso do licopeno em tratamentos de saúde, com foco, inicialmente, na área de cosméticos. A pesquisa está em fase de desenvolvimento de uma formulação para tratar condições inflamatórias da pele, como acne, melasma e rosácea, além de potencializar o rejuvenescimento e prevenir o envelhecimento precoce.

“Estamos avançando em um projeto para usar o licopeno em cosméticos. Isso pode beneficiar tanto pessoas com condições de pele inflamatórias quanto aquelas que buscam melhorar a saúde da pele de maneira preventiva”, concluiu Andreanne.

A descoberta abre novas possibilidades para o uso de substâncias naturais na medicina e promete avanços importantes no tratamento de doenças complexas, como o câncer.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).