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Vinho Jerez, o tesouro espanhol que você precisa conhecer

Foto: Freepik

Por: Priscila Horvat

21/02/2025 - 13:02 - Atualizada em: 21/02/2025 - 13:16

Produzido na região da Andaluzia, no sul da Espanha, o vinho Jerez (também conhecido como Xerez ou Sherry) é uma bebida fortificada de alta complexidade e rica história. Apesar de sua tradição centenária, seu consumo ainda é discreto no Brasil e em outros países.

Diferente dos vinhos tintos e brancos tradicionais, o jerez apresenta maior teor alcoólico, começando em 15%, e pode exibir notas salinas ou de frutas secas, dependendo do estilo. Essa característica tão única é resultado de um processo de vinificação e do método solera, que pode levar décadas para ser concluído.

O vinho jerez se divide em estilos secos e doces, sendo sua maturação influenciada por um processo biológico (sob uma camada de leveduras chamada “flor”) ou oxidativo (em contato direto com o oxigênio).

Jerez Seco:

  • Manzanilla e Fino: leves, secos e com notas salinas;
  • Amontillado: intermediário entre biológico e oxidativo, mais encorpado;
  • Palo Cortado: raro, com aromas de Amontillado e corpo de Oloroso;
  • Oloroso: envelhecido de forma oxidativa, encorpado e intenso.

Jerez Doce:

  • Pedro Ximénez (PX) e Moscatel: extremamente doces e densos, ideais para sobremesas;
  • Pale Cream, Medium, Cream e Dulce: blends que equilibram dulçor e complexidade.

Por dentro do jerez

A tradição vinícola do jerez remonta a 1.100 a.C., com os fenícios, e foi consolidada ao longo dos séculos pelos romanos, mouros e britânicos. No século XVI, durante as Grandes Navegações, o jerez ganhou popularidade na Europa, sendo até mencionado por William Shakespeare como uma de suas bebidas favoritas.

Produzido em uma área específica da DO Jerez-Xérès-Sherry, sua vinificação ocorre nas cidades de Jerez de la Frontera, El Puerto de Santa María e Sanlúcar de Barrameda. O terroir local, com clima quente e solos Albariza, Barros e Arenas, influencia diretamente as características do vinho.

A maturação do jerez ocorre no sistema solera, onde os barris são empilhados em diferentes níveis.

O vinho mais velho, que fica na base, é gradualmente misturado com os mais jovens, armazenados no topo, criando uma bebida com complexidade única.

Esse processo pode durar décadas, e algumas garrafas contêm vestígios de vinhos de até 60 anos de diferença.

Como harmonizar o jerez?

  • Fino e Manzanilla: combinam com frutos-do-mar, sushi, presunto cru e azeitonas;
  • Amontillado e Palo Cortado: perfeitos para carnes brancas, patês e queijos médios;
  • Oloroso: acompanha carnes vermelhas, queijos curados e pratos intensos;
  • Pedro Ximénez e Moscatel: ideais para sobremesas e chocolates amargos.

O jerez é uma verdadeira joia espanhola que tem tudo para cair do gosto dos brasileiros. Com sua história fascinante e sabores únicos, ele é um verdadeiro tesouro da enologia. Seja para harmonizar com pratos sofisticados ou degustar puro, vale a pena explorar essa tradição que atravessa séculos e segue conquistando apreciadores ao redor do mundo.

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Priscila Horvat

Jornalista especializada em conteúdo de saúde e puericultura.