Há poucos anos, a palavra “proteína” raramente aparecia estampada nas prateleiras de supermercados para além dos suplementos esportivos. Hoje, ela se tornou o rótulo mais cobiçado pela indústria de alimentos. De barrinhas funcionais a cafés, passando até por pipoca gourmet, o nutriente assumiu o papel de estrela no marketing e no consumo.
Segundo pesquisa da Bain & Company, 44% dos consumidores norte-americanos planejam aumentar a ingestão de proteína até 2025, um dado que movimenta bilhões e provoca uma disputa silenciosa entre gigantes do setor.
Um fenômeno cultural e econômico
O crescimento do consumo de proteína não é apenas uma questão nutricional. Ele reflete mudanças profundas na forma como as pessoas se relacionam com a comida. A influência das redes sociais, a popularização de treinos funcionais e o impacto de medicamentos para perda de peso, como os GLP-1 (Ozempic e Mounjaro), criaram um terreno fértil para a explosão dessa tendência.
No TikTok e no Instagram, hashtags ligadas a receitas proteicas acumulam milhões de visualizações. Celebridades e influenciadores fitness transformaram a proteína em símbolo de saúde, performance e estilo de vida.
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Por que as empresas apostam tanto nesse nutriente?
A proteína reúne três características que encantam os estrategistas de produto:
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Alta demanda – associada à saúde, ao emagrecimento e ao ganho de massa muscular.
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Facilidade de aplicação – pode ser incorporada a diferentes categorias de alimentos.
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Apego emocional – cria conexão com consumidores que buscam propósito na alimentação.
Marcas como General Mills, Kraft Heinz e Barilla não apenas investiram em novas linhas, como também reposicionaram produtos antigos, destacando o teor proteico como principal argumento de venda.
O impacto no comportamento de consumo
Ao destacar a proteína como diferencial, as empresas não só respondem à demanda, como também moldam novas expectativas. O consumidor, antes indiferente à tabela nutricional, hoje busca o rótulo “alto teor de proteína” como um selo de qualidade.
Essa transformação muda o varejo, influencia cardápios e até reposiciona categorias inteiras, como cafés, snacks e massas, que antes não tinham ligação direta com nutrição esportiva.
Uma tendência que vai além da moda
A aposta no mercado proteico não é apenas passageira. Com o envelhecimento populacional e a busca por envelhecer com saúde, a proteína tende a se consolidar como pilar da alimentação preventiva.
O movimento indica que, mais do que uma moda, estamos diante de uma reconfiguração do mercado global de alimentos, onde a proteína ocupa o lugar de protagonista, e quem entender isso antes, leva vantagem.
Com informações da Waffle