Em 1958, a cidade de Herval d’Oeste, no centro de Santa Catarina, recebia viajantes que estavam de passagem, pois era parada obrigatória no trajeto entre o Rio Grande do Sul e São Paulo.
Carregar as malas dos recém-chegados era uma boa maneira de ganhar um dinheiro extra. Só que os adolescentes daquela época queriam cobrar a mais pelo trabalho sem deixar seus clientes e concorrentes saberem.
Assim, criaram uma nova língua: a larfiagem (“conversa”, no dialeto local). Na base da criatividade, os moleques começaram a mudar uma letra ou outra, acrescentar uma consoante, tirar uma vogal… até que nenhum forasteiro pudesse mais entendê-los.
A palavra “dois” virou “zordio”, enquanto “cerveja” mudou para “breceja”. Aos poucos, a moda contaminou a cidade toda e a larfiagem se tornou um idioma local. Ainda hoje, a língua, cheia de mudanças, é usada por adolescentes na tentativa de passar para trás professores ou quem não a domina.
Virou até história de cinema: em junho deste ano, Gabi Bresola eternizou a história no documentário “Larfiagem”.
Assista ao trailer do documentário e entenda mais sobre a “Larfiagem”:
Fonte: Revista Galileu