Turismo religioso: a pequena notável de Santa Luzia

Por: Elissandro Sutil

05/03/2018 - 07:03 - Atualizada em: 07/03/2018 - 07:11

Construída na década de 1950 com 109 metros quadrados, a Igreja Luterana de Santa Luzia, cuja edificação é tombada e está inserida na Rota Italiana, foi erguida com esforço e trabalho da comunidade do bairro. Ela é uma das 30 igrejas que estará inserida no guia de atrativos religiosos, mas sua realidade estrutural mostra um desafio que deverá ser enfrentando ao longo do projeto com as igrejas mais antigas.

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A edificação em alvenaria autoportante de tijolos, semelhante às do centro e norte da Europa, passou por restauração há alguns anos, mas já apresenta problemas na estrutura novamente. O presidente da Comunidade Evangélica Luterana de Santa Luzia, Evandro Behling, afirma que atualmente a igreja está desativada por causa do telhado e da parte elétrica. Além disso, sua capacidade é para cerca de 90 pessoas. “No ano passado tivemos um casamento aqui (na igreja tombada) dia 23 de dezembro. Sempre tínhamos um culto aqui e um culto na igreja nova, mas como estava chovendo dentro, optamos por desativá-la”, diz. Ele ressalta que são necessários recursos para a obra e a comunidade possui duas igrejas para manter.

Presidente da Comunidade Luterana de Santa Luzia, Evandro Behling explica que igrejinha inaugurada no início dos anos 50 no momento está aguardando reforma | Foto Eduardo Montecino/OCP

Empresário estabelecido desde a década de 1940 em Santa Luzia, Rudi Schmelzer, 86 anos, lembra que o terreno da igreja foi doado pela família Rampthum. Antes disso, como não havia um templo luterano na comunidade, os moradores precisavam ir até o bairro João Pessoa, ou o pastor vinha à localidade e fazia a celebração em residências particulares.

Conforme dados oficiais do Arquivo Histórico de Jaraguá do Sul, o pastor Ferdinand Schülzen oferecia serviços religiosos itinerante aos colonos no Itapocuzinho Alto (Santa Luzia). E, em 5 de agosto de 1951, a igreja foi inaugurada. Os pioneiros dessa edificação foram Karl Rusche Ema Kiickhöfel, Rusch Oscar Göltz e Ida J. Göltz, Carlos Spredemann e Emilia Dumke Spredemann, Emilio Mass e Maria S. Ramthum, Roberto Werhmeister, Emil Werhmeister, Waldemar e Helena Gumz, Friedrich Zinke e Emílio Lenhard.

Capacidade da igreja é para cerca de 90 pessoas | Foto Eduardo Montecino/OCP

“Aquele sino que está lá, se não me engano eu busquei ele em 1952 ou 1953 em Curitiba, no Müller e Irmãos. Eles tinham uma fundição de sinos. Pago pela comunidade, né? Mas fui até lá buscar”, recorda Schmelzer. Sobre a construção da igreja, ele acredita que não havia projeto, mas que os pedreiros fizeram meio à prática. “Os serventes eram os próprios colonos, porque a gente não tinha dinheiro. Eu era jovem naquele tempo e acompanhei a obra também”, salienta.

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