Turismo em SC: Lugares para visitar em Luiz Alves, a terra da cachaça

Por: Elissandro Sutil

22/05/2019 - 09:05

Capital catarinense da cachaça e segunda maior produtora de bananas do estado, a cidade de Luiz Alves tem pouco mais de 12 mil habitantes e está localizado no Vale Europeu, fazendo divisa com Barra Velha, Blumenau, Gaspar, Ilhota, Massaranduba, Navegantes, Piçarras e São João do Itaperiú.

Apesar de pequena, a tradição forte na produção artesanal da bebida alcoólica tipicamente brasileira é destaque e faz a cidade ser conhecida em todo o país pela Festa Nacional da Cachaça (Fenaca), sempre realizada no terceiro fim de semana de julho.

E não poderia ser para menos, as bebidas de Luiz Alves conquistaram 51% dos prêmios na última participação na Expocachaça, um dos maiores festivais do país.

A visita vale a pena: são apenas 47 quilômetros separando Jaraguá do Sul de Luiz Alves. O que torna o município um atrativo para quem quer dar um passeio durante um feriado ou no próprio fim de semana.

Rota da cachaça é principal atrativo

São 10 paradas para quem quiser sentir os sabores artesanais destilados nos alambiques de Luiz Alves. A rota foi criada após união das marcas e criação da Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Luiz Alves (Apcala), com apoio do Sebrae.

O visitante pode conhecer todas as cachaçarias, ver como é o processo de fabricação, que geralmente é apresentado pelos próprios produtores, experimentar e adquirir as bebidas para levar para casa.

Do primeiro ponto dessa parada, a Destilaria Rech Alambique, finalizando o passeio na Cachaçaria Flor Da Cana, são mais de 25 quilômetros passando por estradas rurais de Luiz Alves.

Entre as marcas, vale destacar quatro vencedoras das medalhas de ouro e prata da Expocachaça 2017, evento realizado em Belo Horizonte: Wruck, Bylaardt, Spézia e Rech.

São 10 pontos que podem ser conferidos pelos turistas | Reprodução Mapa da Rota da Cachaça

De acordo com o secretário executivo da Apcala, Vandrigo Wust, a criação do roteiro colocou Luiz Alves em no mapa turístico catarinense. Turistas de Portugal, México, Canadá, Chile, Uruguai, Peru, e outro países do Mercosul já foram recebidos pelos produtores.

“Devido ao sucesso da rota, vários outros empreendimentos ligados ao trade turístico estão sendo beneficiados, como, por exemplo, os restaurantes e o comércio em geral”, conta. Wust destaca que a iniciativa não recebe apoio do poder público.

Décadas destilando sabores

Uma das mais antigas é a Flor de Cana Cachaçaria, fundado em 1938, que se dedica à produção e comercialização da Rein, que em alemão significa “pura”. De segunda a sexta-feira a loja fica aberta das 8h às 18h e no sábado das 8h às 15h. Para fazer visitas nos domingos e feriados é preciso fazer um agendamento.

Foto TripAdvisor

No ano de 1938 também iniciaram as atividades da Destilaria Rech, que na época produzia pequenas quantidades de aguardente. A comercialização das bebidas Sacca – que é saborizada – iniciou em 1950 e hoje é feita também a produção de vodkas e a velha aguardente.

Foto Divulgação

Fundada oficialmente em 1942, a Cachaçaria Wruck leva suas bebidas premiadas para Chile e Europa.

A produção é auto-suficiente em matéria-prima, além de ser uma das únicas empresas no Brasil que utiliza apenas a cana extraída de sua própria produção, assegurando características de sabor, pureza e qualidade.

Foto Gazeta do Povo

Também com títulos fazendo uso da própria plantação, tem Alambique Bylaardt, de 1943. No local também é possível encontrar licores e licores a tradicional cachaça artesanal envelhecida em barril de carvalho – estruturas que podem ser apreciadas pelos visitantes.

Barris de carvalho usados para envelhecer a bebida no Alambique Bylaardt | Foto Divulgação

Vandrigo Wust destaca que o público que procura a rota vão desde família a grupos de empresários interessados em investir no setor.

“Até porque a cachaça nos dias atuais atingiu um outro nível, ela está presente inclusive na mesa da classe A da população.. Se foi aquele tempo da pinga no boteco. A nossa cachaça é bebida em taça”, brinca.

Rota completa

Destilaria Rech: Rua Roberto Rech, 920, Baixo Canoas. Telefone: (47) 3377-1936

Cachaça Shoepping: Rua Prefeito Leopoldo Shoepping s/n, Rio Canoas. Telefone: (47) 9845-77814

Cachaça Spézia Matriz: Avenida Vereador José Augusto Köehler, 700, Vila do Salto. Telefone: (47) 3377-1170

Cachaça Spézia Filial: Rua José Kraish, 466, Vila do Salto. Telefone: (47) 33771171 ou 997271814

Cachaça Bompani: Rua Vereador Crisostomo Gesser, 626, Vila do Salto. Telefone: (47) 3377-1141 ou 99164-3322

Cachaça Morauer: Rodovia SC 414, 57, Centro. Telefone: (47) 3377-1156 ou 9 96703577

Alambique Rossi: Estrada Geral Ribeirão do Bugre s/n. Telefone: (47) 3308-6307 ou 9 9147-2827

Cachaça Bylaardt: Rua Prefeito Wilibaldo Van Den Bylaardt, 6395, Braço Serafim. Telefone: (47) 3377-1809

Cachaça Wruck: Rua Vereador Otto Wruck, 2485, Braço Francês. Telefone: (47) 3377-0077

Cachaça Rein/ Flor Da Cana: Rua Fratelli Signorelli, 411, Ribeirão da Onça. Telefone: (47) 3377-0777 ou (47) 9 8819-6029

Mas nem tudo é cachaça

Quem decidir experimentar in loco as cachaças de Luiz Alves pode eleger o motorista da rodada, contratar um taxista ou Uber, e pensar em um lugar para ficar. A cidade oferece duas opções de hospedagem, o Hotel Colinas, e um sítio pela plataforma Airbnb.

Por ter uma rica paisagem rural, Luiz Alves também tem lugares lindos renovar a energia. O destaque é a Gruta Nossa Senhora Imaculada Conceição, um lugar em meio a natureza, calmo e propício para o relaxamento.

O local foi fundado em 1950 e agora está sob os cuidados da comunidade próxima. A gruta fica na estrada Braço da Onça, a 3 quilômetros do centro da cidade. A entrada para visitação é gratuita.

Foto Prefeitura de Luiz Alves

Luiz Alves também possui várias quedas no rio Luiz Alves, Ribeirão Máximo e Braço Serafim. Os locais não são sinalizados, para encontrar será preciso buscar informações com os locais.

As igrejas Nossa Senhora do Livramento, Matriz de São Vicente de Paulo, São João Batista e de Santa Paulina, também são alguns dos atrativos religiosos da cidade pela arquitetura.

Além delas, casarões antigos e cheios de história, também encantam os turistas que passam pela cidade. A Casa da Família Tiedt, por exemplo, erguida em 1902, abriga o minimercado São João.

Casa da Família Tiedt abriga um mercadinho que pode ser visitado | Foto Divulgação/Santur

Por preservar estruturas tão antigas, a cidade mantém um Centro Histórico localizado na rua 18 de julho, onde se destacam algumas construções para visitação externa: a Casa da Família Wust (1920), no número 1190; prédio da Antiga Prefeitura (1927), no número 1204; Casa da Família Schwanke (1940), número 1285; e por aí segue o passeio.

E quem quiser explorar a região, pode levar engatar um passeio. “A última parceria formada [pela organização da Roa] foi com o Parque Cascanéia, o maior parque aquático de Santa Catarina, que possui também em seu complexo um hotel e que fica a 20 minutos de Luiz Alves”, conta o secretário executivo da Apcala, Vandrigo Wust.

 

Quer receber as notícias do Por Acaso no WhatsApp? Clique aqui!