Solidão acelera o envelhecimento biológico, aponta estudo

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Por: Isabelle Stringari Ribeiro

12/04/2024 - 09:04 - Atualizada em: 12/04/2024 - 09:16

A solidão tem se tornado cada vez mais uma questão de saúde pública, com estudos demonstrando que o isolamento social pode prejudicar tanto a saúde física quanto a mental, aumentando o risco de morte. Um novo estudo da Mayo Clinic reforça esses achados, revelando que pessoas socialmente isoladas aparentam ser biologicamente mais velhas do que sua idade real.

Publicado em março no Journal of the American College of Cardiology: Advances, o estudo indica que os laços sociais desempenham um papel crucial na saúde e longevidade. Além de acelerar o envelhecimento biológico, a solidão também aumenta o risco de morte por várias causas.

Os pesquisadores compararam o Índice de Rede Social com resultados de eletrocardiogramas com IA (IA-ECG) de mais de 280 mil adultos atendidos entre junho de 2019 e março de 2022. Os participantes responderam a um questionário sobre determinantes sociais de saúde e tiveram seus IA-ECGs registrados ao longo de um ano.

A Mayo Clinic desenvolveu um modelo de IA-ECG para determinar a idade biológica dos participantes, que foi então comparada à idade cronológica deles. Uma diferença positiva indicava um envelhecimento biológico acelerado, enquanto uma diferença negativa sugeria um envelhecimento mais lento.

Os participantes com pontuações mais altas no Índice de Rede Social, indicando uma vida social mais ativa, apresentaram uma diferença de idade menor no IA-ECG. Já aqueles com pontuações mais baixas tiveram um risco maior de morte, especialmente os não brancos, que apresentaram diferenças de idade médias mais elevadas do que os brancos.

O estudo destaca a interação entre isolamento social, saúde e envelhecimento, ressaltando a importância de mudanças comportamentais, como maior interação social, exercícios regulares, dieta saudável e abandono do tabagismo, para melhorar a saúde de forma geral.