Santa Catarina: paraíso para o jogo online

Foto Divulgação/producaodejogos.com

Por: OCP News Jaraguá do Sul

10/09/2018 - 00:09 - Atualizada em: 10/09/2018 - 12:17

Santa Catarina é o quarto Estado com mais empresas que desenvolvem games no Brasil, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A maioria dessas empresas são pequenas e médias, com faturamento global entre 93 mil reais e 16 milhões de reais, de acordo com a pesquisa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas têm um enorme potencial de crescimento.

Segundo dados de 2017, o mercado mundial de games movimentou mais dinheiro que os números de investimento do cinema. A nível mundial, o mercado de jogos digitais ultrapassou os 82 bilhões de dólares em 2017.

Números muito poderosos e que, claro, atraem muitos investidores. Santa Catarina foi um dos primeiros Estados a entender esse poder de atração e investimento e, logo em 2009, criou o programa Santa Catarina Games e Entretenimento Digital.

Com esse decreto, muitas escolas decidiram apostar em cursos profissionalizantes na área de games, em programação, arte digital e design, e os estudantes encontram trabalho com facilidade e com elevados salários.

Mas nem só de games vive o Estado de Santa Catarina. Também as lotéricas têm uma grande importância na região, com cerca de 560 lotéricas que asseguram 3 mil empregos diretos e que geraram 659 milhões de reais, que não são taxados.

Muito se tem discutido sobre a lei do jogo e Santa Catarina tem se mantido em aceso debate para se manter também no topo, tal como fez com os games. Para isso, tem havido reuniões entre assessores jurídicos, líderes dos sindicatos de lotéricos e deputados.

Um dos pontos centrais tem sido a criação de uma cooperativa para loterias online e raspadinhas. O sindicato patronal do setor, que reúne mais de 500 casas lotéricas catarinenses, defende que o Estado crie esse sistema de jogo online e possa gerir e arrecadar esse dinheiro em impostos, investindo em áreas essenciais para a população.

A proposta em questão não permite criar cassinos, mas sim jogos online para gerar receitas que sejam canalizadas para áreas como a Saúde e Educação.

Tem uma vertente de cooperativa e de ajuda humanitária que pode atrair muito apoio. 2017 e 2018 têm trazido uma série de temas importantes, relacionados com o jogo, que importa discutir aberta e seriamente com as populações sobre os riscos e benefícios.

Ninguém duvida que a antiga lei dos anos 40 precisa de ser atualizada com urgência, mas é preciso definir os papéis e limites da ação do Estado e garantir que o dinheiro irá para projetos importantes para a população, essa é a visão de quem tem participado nestes debates em Santa Catarina.