Itamar Vieira Junior é um dos raros escritores brasileiros contemplados, no mesmo ano, com os prêmios Jabuti e Oceanos (2020) – e, em 2018, pelo Prêmio Leya, mantido pelo grupo líder na Europa por sua atuação em produtos dedicados ao Ensino e Aprendizagem em língua portuguesa. O escritor é um dos destaques da 19ª Feira do Livro de Joinville, que se realiza no Expocentro Edmundo Doubrawa. No dia 8 de junho, às 16h, ele comanda o bate-papo “Minha trajetória, de leitor a escritor”. Logo após, às 17h, sessão de autógrafos.
Baiano de Salvador, Itamar é graduado e mestre em Geografia – área em que recebeu seus primeiros estudos, voltados a discutir a especulação imobiliária da capital baiana. Mas, já no primeiro doutorado, mergulhou nos estudos étnicos e africanos, focando nas comunidades quilombolas do Nordeste brasileiro.
Na literatura, sua estreia foi impactante, com a conquista do 11º Prêmio de Arte e Cultura de seu estado com o livro “Dias”. Pouco tempo depois, tem sua obra “A Oração do Carrasco” indicada ao Prêmio Jabuti na categoria conto – e também conquista o segundo lugar no Prêmio Bunkyo de Literatura 2018, além de vencer o Prêmio Humberto de Campos, da União Brasileira de Escritores (Seção Rio de Janeiro).
Mas talvez sua obra de maior reconhecimento internacional tenha sido mesmo “Torto Arado”, que já vendeu mais de 100 mil exemplares no Brasil e no mundo.
Lançado em 2018, o livro foi considerado um dos mais importantes da moderna literatura brasileira pela forma sólida e realista com que retrata o universo rural do país. O enredo destaca os trabalhadores sem-terra remanescentes do tempo da escravidão, em especial personagens femininas duplamente vítimas da violência – uma sensível e sofisticada escrita, como registraram os jurados do Prêmio LeYa.
“Sendo um romance que parte de uma realidade concreta, em situações de opressão, quer social, quer do homem em relação à mulher, a narrativa encontra um plano alegórico, sem entrar num estilo barroco, que ganha contornos universais. Destaca-se a qualidade literária de uma escrita em que se reconhece plenamente o escritor. Todos esses motivos justificam a atribuição por unanimidade deste prémio”, diz, ainda, a justificativa do prêmio europeu.