A arte de confundir o povo está protagonizando o cenário político. A política, na sua essência, deveria ser uma ferramenta nobre: decisões em prol do bem comum, lideranças que guiam o povo com ética e responsabilidade.
Porém, em algum momento da história, inventaram a “politicagem”, uma paródia de mau gosto onde interesses pessoais passam na frente das reais necessidades da população. E uma, entre tantas, ferramentas favoritas dessa prática são as benditas emendas parlamentares.
Oficialmente foram criadas para levar melhorias às comunidades, mas, nas mãos de certos políticos, viram moeda de troca por cargos e para perpetuação no poder. Tudo isso, é claro, com a melhor das intenções, pelo menos no discurso. Na prática, a transparência desses gastos é mais opaca que vidro embaçado depois do banho quente.
Entre sorrisos e apertos de mãos em eventos públicos, os donos das emendas garantem suas bases eleitorais, porque sabem que a memória do eleitor é, na maioria das vezes, curta.
E o truque funciona: uma obrinha duvidosa aqui, outra acolá, ou até mesmo um golpe, se preciso for, e pronto! Lá vão eles de novo para mais um mandato. Quem precisa de ideologia e projetos de longo prazo quando se tem um cheque em branco para “melhorar” o município em época de eleição?
Enquanto isso, quem deveria ser fiscalizador vira cúmplice ou simplesmente ignora, porque apontar dedo para o esquema pode custar caro. E o cidadão? Este assiste ao espetáculo sabendo que, na prática, terá que continuar enfrentando as mazelas do cotidiano.
No fim das contas, a diferença entre política e politicagem é clara: a primeira deveria ser sobre servir, a segunda é sobre se servir. Pelo que se vê, a postura de parte dos parlamentares é de quem busca construir um castelinho com lodo de manguezal!